Supersônicas

Laila Garin e a ROda fazem girar a roleta do novo

quinta, 16 de novembro de 2017

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Quem procurar uma Elis Regina cover no CD “Laila Garin e A ROda” (MP,B Discos/ Som Livre) vai bater a cara no poste. A atriz de “Elis, a musical”, na pele de cantora solista, livrou-se da personagem dos palcos. Solista, em termos. Na verdade, ela formou um coletivo indissolúvel com o trio instrumental A ROda (com “o” maiúsculo), integrado por Ricco Viana (guitarra e violão), Marcelo Müller (baixo) e Rick de La Torre (bateria).

Observado o punch roqueiro e os olhos sombreados dos rapazes, daria até para evocar um Secos & Molhados onde a baiana Laila encenasse um Ney Matogrosso com menos maquiagem. Mas o quarteto preferiu erigir um caminho próprio nas oito faixas do disco, que viajam de Alceu Valença (“Na primeira manhã”, cadenciada, estertorante) a Roberto & Erasmo Carlos (“As curvas da estrada de Santos”), única também gravada por Elis, mas aqui, numa versão bem mais áspera. O Caetano Veloso nada óbvio, do baladão “Não me arrependo” (“vi você crescer/ vi cê me fazer crescer também/ pra além de mim”), de 2006, e o híbrido Chico Buarque, de “Baioque” (“o meu canto, punhalada/ não conhece o perdão/ quando eu rio/ rio seco, como é seco o sertão”), de 1972, convivem com novos autores como o paulista Dani Black (“Sonhos pintados de azul”) e o pernambucano Juliano Holanda (“Não me deixe”), e até mesmo uma revisita, em francês, ao repertório da diva dramática Edith Piaf (“L’accordeoniste”).

Sem alarde, Laila e a ROda fazem girar a roleta do novo. 


Fonte da imagem: http://bit.ly/2AOUR4G 

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