Supersônicas

A estradeira Trinca de Ases, de Gil, Gal e Nando Reis

terça, 13 de março de 2018

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Os Doces Bárbaros confraternizam com o BRock. Gilberto Gil e Gal Costa, integrantes do quarteto que sacudiu os anos do desbunde, em 1976, ao lado de Maria Bethânia e Caetano Veloso, unem-se ao ex-Titãs, Nando Reis, no show Trinca de ases, agora transformado em CD/DVD da Biscoito Fino, com a chancela “Multishow ao vivo”

Fonte da Imagem: Biscoito Fino | Gilberto Gil, Nando Reis e Gal Costa - Trinca de Ases (Comprar)

A ideia do improvável encontro foi do falecido jornalista Jorge Bastos Moreno, de O Globo, num show em homenagem ao legado do político Ulisses Guimarães. O espírito estradeiro do quarteto original (“Esotérico”, de Gil linka os dois repertórios) move o assimétrico trio, que fez uma longa excursão incluindo no roteiro algumas novidades autorais. Como a própria “Trinca de ases” (“nos cartazes espalhados pelos muros da cidade/ três ases num jogo duro/ uma moça e dois rapazes (...)/ se o nome do jogo é cantar/ cá estão eles para dar/ a vida se for preciso”), de Gil, “Dupla de ás” (“quando vi na praia uma vaca parada/ era o animal, paisagem ou enfeite?/ a mesma vogal nutre as duas palavras/ o que alimenta o corpo é o sal e o leite”), de Nando e a requebrada “Tocarte” (“tocar-te assim,/ como se toca música/ tangendo as cordas/ dedilhando as teclas/ metendo as mãos na pele do tambor”) da dupla. Há algumas inclusões óbvias, como “Baby” (Caetano Veloso), “Pérola negra” (Luiz Melodia), ambas por Gal Costa (que brilha na revisita a “Nada mais”, versão de Ronaldo Bastos para “Lately”, de Stevie Wonder) e “Palco”, de e com Gilberto Gil, “O segundo sol”, “Relicário” e “All star” de Nando Reis, típicas para motivar grandes plateias. Mas também entram algumas canções menos badaladas como “Espatódea”, “Água viva” (Nando Reis), “Copo vazio”, “Meu amigo, meu herói” e o oportuníssimo reggae “Nos barracos da cidade”, parceria de Gil com o produtor Liminha: “nos barracos da cidade ninguém mais tem ilusão/ no poder da autoridade/ de tomar a decisão/ (...) ôôô, gente estúpida!/ gente hipócrita!/ o governador promete/ mas o sistema diz não/ os lucros são muito grandes/ mas ninguém quer abrir mão/ mesmo uma pequena parte já seria a solução/ mas a usura dessa gente já virou um aleijão”.


Fonte da Imagem: Multishow | Divulgação

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