Supersônicas

A revelação do samba, Rodrigo Carvalho

por Tárik de Souza

terça, 17 de outubro de 2017

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Para quem reclama de renovação no samba, a recomendação é o disco de estréia que levou o nome de Rodrigo Carvalho (Independente). Carioca, apelidado Biro, freqüentou rodas de samba da Lapa a Madureira. Fundador e ex-vocalista do grupo Galocantô, foi corista de gravações e shows de Beth Carvalho, interpretou sambas enredo no Império Serrano, onde tornou-se campeão com Arlindo Cruz e na Vila Isabel, com Moacyr Luz.

O CD “Rodrigo Carvalho” vem assinado por duas grifes do ramo, o violonista João de Aquino (direção musical, arranjos) e Túlio Feliciano (direção artística) e escala referências como Dirceu Leite (sopros), Carlinhos 7 Cordas no violão, Marcos Esguleba e Zé Trambique (percussões), além dos talentos da nova geração, Gabriel de Aquino (violão de 6 cordas), Daniel Aranha (cavaquinho e bandolim) e Fabiano Segalote (trombone).

O repertório é de alto refino, entre o lirismo de Nelson Rufino (“Jandira”), a parceria do solista com Fred Camacho (“Menina luz”) e o humor satírico de Zé Luiz do Império, que participa de “Papo de amador”, parceria com Wanderley Monteiro e Luiz Carlos Máximo: “já resolvi não vou sair / mais na sexta feira/ os bares estão lotados/ o chope quente/ baldeado/ e os garçons de mau humor”. Calçado por atabaque, timbau e caxixi, “Não cospe” (Juliano Juba/ Augusto Bapt/ Rodrigo Braga) dá voz ao morador de rua e “Chega de promessa" (Jotap/Luiz Fernando/ Altair Barbosa) ironiza atuais tempos estranhos: “eu quero ver terceirizar/ o estatuto da criança/ e ela se educar/ pra melhorar/ tem que rezar”.

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