Supersônicas

Aline Lessa investe no pop confessional em “Hoje falo por mim”

por Tárik de Souza

sexta, 19 de janeiro de 2018

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Integrante por seis anos da banda Tipo Uísque, a cantora, compositora e multinstrumentista carioca Aline Lessa desvela logo no título o teor do segundo álbum solo, “Hoje falo por mim” (Garimpo/Biscoito Fino), produzido pelo baterista e compositor Domenico Lancellotti. “Eu cuido muito bem das coisas/ mas elas apodrecem mesmo assim”, alfineta “Muito barulho por nada” (parceria com Elísio Freitas e André Colares), com solo esgarçado de guitarra de Bem (filho de Gilberto) Gil, e pontuação de baixo de Paulo Arruda. A íntima “Hoje”, voz, piano e autoria de Aline, acicata: “você chegou e me ensinou a dor/ o amor não cabe mais aqui”. Trafegando entre trip hop, pop, rock e até sertanejo (“Indiferença”, de Zezé di Camargo), Aline tempera seu enredo confessional com farpas e sombras. Como em “Tudo passa”: “eu não vim aqui pra te escutar/ vim trazer de volta o que me sufoca”. Numa levada híbrida de, digamos, tanguarânia ”Não foi por mal”, reconhece o vacilo: “não quero mais te machucar/ não vou voltar de madrugada/ vou dar um tempo na cachaça/ na preguiça e na pirraça”. Etérea, entre teclados (Elísio Freitas), violino (Felipe Pacheco Ventura) e MPC (Domenico Lancellotti), “Não sei de você” deambula pela solidão: “A lua cheia não me diz nada/ vaguei desiludida e desvairada pela madrugada/ nua, sua, vi amanhecer”. 


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