Supersônicas

Barbara Eugênia e Tatá Aeroplano pregam a “Vida ventureira”

por Tárik de Souza

sexta, 08 de setembro de 2017

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Um casal se junta e decide botar o pé na estrada, onde rola de tudo, amor, separação, ranger de dentes e recomeço. Simplificando, este é o roteiro do álbum independente “Vida ventureira” (“mania de jogar as coisas lá pro alto/ e se mandar”, concita a faixa título, numa pontuação de maracatu), protagonizado pela carioca Barbara Eugênia e o paulista Tatá Aeroplano.

O disco nasceu na cidade interiorana de Bragança Paulista, onde eles moram atualmente, e reúne dois artistas inquietos e produtivos da nova cena de SP. Tatá integrou a banda Cérebro Eletrônico (que lançou quatro discos) e Barbara disparou os solos “Journal de Bad” (2010), “É o que temos” (2013), “Aurora” (2014) e “Froufrou” (2015).

Sua voz delicada acalanta “Hoje eu quero passar longe” (“das coisas que você me fez passar/ deite no meu colo, silêncio, silêncio, silêncio”). Tatá reafirma a virada de página no convite sincopado “Vem cá”: “Pra onde vamos agora/ depois que tudo passou/ a gente pode ir embora/ pela janela do quarto/ o mundo ficou pra trás/ agora é só nós dois”. O anárquico “Pro mundo virar Shopping” (“revoltas populares, marchas, Black blocks/ sou mais rolezinho no Shopping/ dia do perdão, exorcismo coletivo/ pro mundo ajoelhar no milho”), invadido por ruídos e dissonâncias, desarma a simetria lírica do trajeto. Um rock balada esperançoso decreta na última faixa, “Luz no fim do mundo”: “Essa não partitura/ e as cores do dia me dizendo sim”.

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