Supersônicas

Bezerra da Silva vira punk com Kiko Zambianchi e a Armada

por Tárik de Souza

quarta, 20 de dezembro de 2017

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Ambos adversários do sistema, o movimento punk e o sambandido de Bezerra da Silva se encontram em algum ponto no infinito estético. Regravado pelo BRock Barão Vermelho (“Malandragem dá um tempo”, 1986) e o rapper Marcelo D2 (“Canta Bezerra da Silva”, 2010), agora é o grupo Armada, aliado ao BRocker Kiko Zambianchi (“Primeiros erros”, “Rolam as pedras”), quem revisita o percussionista, cantor e compositor pernambucano, às do coco e do samba, que viveu entre 1927 e 2005.

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“Cobra criada (Só veneno)” (Dicró/José Paulo), de seu disco com Genaro, “Partido alto, nota 10”, de 1977 (ano da eclosão punk na Inglaterra), ganha releitura de Kiko e Armada, em faixa do futuro álbum do grupo, “Bandeira negra”, já em pré-venda, previsto para fevereiro pelo selo Hearts Bleed Blue.

“Gosto muito do Bezerra, coleciono os LPs dele e sempre tive vontade de gravar uma versão para esta música, uma de minhas favoritas. Convidei o Kiko, porque se tivesse alguém capaz de transformar o samba em punk sem perder o gingado seria ele”, exalta Henrike Baliú, vocalista da Armada.

“O samba sempre tem alguns acordes que não combinam com o rock’n’roll”, admite Kiko.

“A solução é excluir os acordes que podem ser excluídos, para simplificar a harmonia. Depois de algumas ouvidas e de resolver a levada e a métrica, tudo ficou mais fácil e intuitivo”, receita ele, afinado com a Armada. “As músicas, o conceito a atitude, é tudo muito rock’n’roll, direto e sem firulas”. 


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