Supersônicas

Domenico descortina a “Serra dos Órgãos”

por Tárik de Souza

quarta, 19 de julho de 2017

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Ex-Mulheres que Dizem Sim, integrante do trio +2 (com Moreno Veloso e Kassin), o compositor, cantor e multinstrumentista Domenico (filho do compositor Ivor) Lancellotti desembarca seu segundo disco solo, “Serra dos Órgãos” (LAB 344).

Ele co-assina a produção com o também multinstrumentista, cantor e compositor irlandês Sean O’Hagan (Stereolab, High Lamas, Microdisney), que conheceu num show tributo à Tropicália, e voltou a encontrar durante uma ocupação artística em Londres, nas Olimpíadas de 2012. Antes de viajar, Domenico enviou alguns temas, que fez no violão para Sean, que escreveu os arranjos de cordas. “Gravamos nove músicas que serviram como trilha sonora para o meu projeto final da Rio Occupation, um filme de arte chamado ‘Soundistante’, que foi exibido ainda inacabado numa grande exposição”, revela ele.

De volta ao Brasil, alguns temas ganharam letras, como a de Moreno (que canta na faixa) para o valseado “Tudo ao redor” (“nesse horizonte/ o céu é maior/ e o dia nunca tem fim”), Kassin, em “Insatiable” (“nem o fogo do sol/ nenhuma cor/ nem sua nudez/ irá me saciar”) e Sean, “Logo”, em inglês. Parecia que o disco estava pronto, mas o aluguel de uma casa no meio do mato, na Serra dos Órgãos, numa reserva da Mata Atlântica, inspirou uma nova leva de composições. A suave “Dama da noite” (parceria com Bruno Di Lullo, responsável pelo sintetizador e órgão na faixa), “Pare de correr” (“alva a ave sobrevoava/ uma pena está colada ao ovo/ teia de aranha, arame”), com Pedro Sá, que alinha guitarra e baixo aos rufos de bateria de Stéphane San Juan.

“Alma do vento” e “Voltar-se” (“então dormir é voltar-se pra dentro/ sonhar é voltar-se também”), compostas na mesma atmosfera. O disco ainda tem improvisos de estúdio como “Aracne” e “Shanti luz” (ambas com Kassin e Alberto Continentino), esta última, uma das instrumentais do disco, como também “Terra”, composta para teatro, cerzida pela harpa de Silvia Braga, e “The good is a big God”, palmilhado por vocalise de Nina Miranda sobre cama de órgão e cordas.  

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