Supersônicas

Edu, Dori & Marcos, a estréia em disco do trio 55 anos depois

terça, 29 de maio de 2018

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Colegas de escola, Kostenbader e Góes Lobo - como se tratavam, pelo sobrenome - dividiram num lotação (a van da época) de volta para casa, no Brasil radioso do começo dos anos 60, o interesse comum por música. Góes Lobo, aliás, Eduardo, o Edu Lobo, contou a Marcos Kostenbader Valle que conhecia Dori, um dos filhos de Dorival Caymmi. Estava montado o trio Edu, Dori e Marcos, da segunda geração da bossa nova, que passou a apresentar-se em programas de TV e reuniões musicais. Vieram os festivais de música e todos se projetaram, cada um seguindo seu caminho.

55 anos depois, o trio se reencontra para fazer seu primeiro disco, já com carreiras consagradas e longos repertórios, nem sempre convergentes. Mas no CD Edu, Dori & Marcos (Biscoito Fino), direção musical dos três, eles garimpam afinidades, escoltados por um quarteto básico de estirpe, formado por Cristóvão Bastos (piano), Jorge Helder (baixo), Jurim Moreira (bateria), Lula Galvão (violão), além de participações em faixas diversas de convidados como Mauro Senise (flauta), Idriss Boudrioua (sax alto), Mingo Araujo (percussão), Jessé Sadoc (flugelhorn), Aldivas Ayres (trombone), Marcelo Martins (sax tenor), Hugo Pilger, Marcio Mallard (cellos).


Arranjador e violonista emérito, Dori engasta o vozeirão de timbre Caymmi na marcha rancho “Bloco do eu sozinho” (Marcos/Ruy Guerra), “Na ilha de Lia, no barco de Rosa” (Edu Lobo/ Chico Buarque), “Passa por mim” (Marcos e Paulo Sérgio Valle) e “Dos Navegantes” (Edu Lobo/ Paulo Cesar Pinheiro).

A Edu Lobo destinam-se “Na ribeira deste rio” (Dori Caymmi sobre poema do luso Fernando Pessoa), “Velho piano” (Dori Caymmi/ Paulo Cesar Pinheiro), “Viola enluarada” e “O amor é chama” (ambas da dupla de irmãos Marcos/Paulo Sérgio Valle).

Por sua vez, Marcos Valle, o de pegada mais pop (e balançada; criador de subritmos para a bossa e o samba) singra com contenção as densas canções dos parceiros, de “Saveiros” (Dori/Nelson Motta) a “Canto triste” (Edu Lobo/Vinicius de Moraes), ambas incluídas em festivais, a “Alegre menina” (Dori/ Jorge Amado), com um protuberante solo de Jorge Helder no baixo, e “Corrida de jangada” (Edu Lobo/ Capinan), com o refrão saideira: “Reta de chegar/ olha a reta de chegar/ Ora, vamos embora / vamos embora”


Fonte das imagens: Divulgação (fotos de Nana Moraes)

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