Rock & Livros

Entrevista com Henrique Hermeto

Guitarrista Obina Shok

sábado, 01 de setembro de 2018

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Obina Shok foi uma banda que misturava pop rock com ritmos caribenhos, africanos e nacionais, surgiu em Brasília em 1984. O Obina era um grupo formado por Jean Pierre Senghor (voz e teclados), Roger Kedy (guitarra e voz), Henrique Hermeto (guitarra e voz), Maurício Lagos (baixo), Winston Lackin (bateria), Sérgio Couto (percussão) e Hélio Franco (percussão). Encontravam-se na mesma situação, em Brasília: eram todos filhos de diplomatas e funcionários de embaixadas. Jean Pierre era senegalês e neto do ex-presidente do Senegal Leopold Senghor, Roger era gabonês e Winston, surinamês. Os outros membros do grupo eram brasileiros. O Obina Shok acrescentava à sua mistura de música africana e pop universal, uma dose generosa de acentos caribenhos e decidiram enviar para a Fluminense uma versão de sua canção Lambarene, enviada em fita demo. Em 1986 Lança seu primeiro LP, a canção Vida, que tinha Gal Costa e Gil dividindo os vocais, ganhou as rádios de norte a sul do país. Ainda lançaram um novo disco em 1987, Sallé, que fracassou totalmente e a banda acabou encerrando suas atividades.

1)  Quando você decidiu ser músico?
Eu comecei a tocar meio que por acaso. Compraram um violão aqui em casa e eu comecei a pegar nele...e então em Brasília houve uma efervescência cultural nos anos 80 por conta do ambiente, onde filhos de professores, de diplomatas e outros se juntaram e começou um movimento. Era a chance de se descobrir. Então eu comecei a me interessar em tocar em bandas.


2) Quando a banda Obina Shok começou?
O Obina começou oficialmente em 1984 Se não me engano, tendo o seu auge em meados de 1985 para fim de 86.Era uma banda de baile de música africana.  Eu já estava tocando, tendo passagem por diversas bandas, desde o punk, até reggae e quando ouvi o Obina, que era outro nome, pela primeira vez, me encantei. Fomos organizando as coisas, chamando outros amigos para posições, criando Fanzine, gravando fitas demo, essas coisas e daí foi o start.


3) Quem eram os integrantes?
Os integrantes que gravaram o primeiro disco, são:  Jean Pierre Senghor,  Roger keddy,  Winston Guno lakin, Henrique Hermeto, Sérgio Couto, Helio Franco, Maurício Lagos,  Sérgio Galvão. 


4) Conheceu o pessoal das bandas de Brasília (Capital inicial, Plebe rude e Legião urbana, etc)? Como era a convivência entre vocês nos anos 80 em Brasília?
Sim conheci e Participei de algumas bandas dessa galera.Eu toquei numa banda com o André Muller baixista da Plebe Rude e Marcelo Bonfá na bateria, que se chamava os metralhas.Eu me lembro do Dinho do Capital Inicial, gravando a sua primeira fita demo com as minhas irmãs, ali eu já vi potencial, o Renato frequentava nossa casa e a gente também andava junto por aí Brasília era uma província e todo mundo andava junto. Obina era sempre bem aceita onde quer que tocasse. Seu som era contagiante fazendo dançar crianças, jovens, adultos e idosos. De qualquer padrão de renda, raça, etnia.


5)  Na época do Obina Shok quando vocês escreviam as letras, se inspiravam em livros? Quais?
A maior parte das Letras era feita pelo vocalista Roger Keddy...  Eu escrevi uma das músicas Africaner brother bound, que o Gilberto Gil refez colocando de forma bastante poética a música que estourou vida foi feita no estúdio, quando alguns membros já tinham voltado para Brasília e estavam em fase de mixagem e masterização.  Portanto, foi uma música que surgiu de forma imprevisível e teve a participação de Maria Juçá, que estava nos empresariando no Rio.


6)  Como foi possível conciliar e o que tirou de aprendizado para a sua atuação como arquiteto, a partir de sua experiência como músico?
 De início o mais interessante aqui é arquitetura era um local multicultural e que havia muitas festas bacanas na época com muitas bandas The Rock todo tipo de música. Na verdade, não houve tanta conciliação de Arquitetura em música naquele momento, ouvir mais uma conciliação por conta do ambiente. Foi difícil conciliar porque o curso de arquitetura era muito puxado e quase que eu nem formo, cheguei a perder a formatura porque estava fazendo uma apresentação na Xuxa. O que é arquitetura me ensinou foi trabalhar de forma planejada e estruturar as coisas acho que isso me ajudou a fazer um trabalho de projeção de projeção do Obina... E também o que as outras bandas faziam.  O pessoal que morava fora trouxe muito norral para este tipo de atividade, divulgação.


7)  Trabalha com música atualmente?
Hoje trabalho com o DJ eventualmente produtor de música eletrônica, mas não estou atuando muito estou mais focado em empreendedorismo projeto de arquitetura cursos que ministro e negócio da família, mas a música está sempre presente.


8) Esse espaço é para deixar uma mensagem aos leitores, dizer o que quiser...
Bem o que eu posso dizer é que surgiu uma situação na época, o que casou com a minha busca por um propósito e eu agarrei e isto com unhas e dentes.
Foi uma aposta e penso que as pessoas devem fazer suas apostas. Sempre podem voltar ou mudar de caminhos tudo isso enriquece.... Nada é definitivo.
Na época eram outros tempos conseguir emplacar uma banda no rádio era como ganhar na loteria... hoje qualquer um pode fazer um trabalho colocar no YouTube Se for bom galgar um sucesso rapidamente, porém o caminho é outro, onde a pessoa terá que gerenciar a sua carreira, curtir a viagem e criar um trabalho auto-sustentável. Tudo é possível e enriquece!




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