Supersônicas

“Gaita na Fábrica”, de Renato Borghetti, excelência musical + obra social

por Tárik de Souza

quinta, 08 de fevereiro de 2018

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A primeira imagem é de um velho galpão na Barra do Ribeiro gaúcha, ornado pelos dizeres “Fábrica de gaiteiros”. Não se trata de mero elemento decorativo do excelente DVD do Renato Borghetti Quarteto, “Gaita na fábrica” (Independente).

Ás do instrumento e responsável por sua propagação a nível internacional, Borghetti anota no encarte: “a gaita (ponto) é oficialmente o símbolo de nossa terra”. E revela: “Criamos há quatro anos um projeto social chamado ‘Fábrica de gaiteiros’, onde além de construirmos o acordeon, oferecemos aulas gratuitas para jovens e crianças de 7 a 15 anos. Os instrumentos são fabricados com madeira certificada de reflorestamento. Contamos com oito unidades da ‘Fábrica de Gaiteiros’ em diferentes cidades e atendemos aproximadamente 250 alunos”.

Em suma, vida longa à gaita, o acordeon sulista, que lidera o quarteto de Borghetti, complementado por Daniel Sá (violões), Pedrinho Figueiredo (flauta e sax soprano) e Vitor Peixoto (piano e cajon). Eles trafegam por repertório essencialmente autoral, de variadas procedências como “Forró pra já” (Vitor Peixoto), “Chama mar” (Pedro Figueiredo), “Outras águas”, “Festa dos rios” (Daniel Sá), “Iaiai”, “Brincando com a Dora” (Borghetti). Também escalada, a saborosa “Milonga de La Puteada”, do compositor argentino Esteban Morgado, o mega clássico “Alfonsina y el mar” (Ariel Ramirez/ Félix Luna), popularizado por Mercedes Sosa. E ainda, as nacionais “Cartão postal”, do espirituoso Alegre Corrêa, e o espanholado “Santa morena”, do chorão carioca Jacob do Bandolim (1918-1969). Trata-se de caso raro de “cauda longa”; êxito póstumo que não para de receber regravações como esta eloqüente do Borghetti Quarteto. 


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