Grooveria faz dançar em “Moto contínuo”

Cevado nas jams do clube paulistano Na Mata Café durante a década passada, o coletivo Grooveria chega a “Moto contínuo” (Independente/Tratore), terceiro álbum em 16 anos de carreira. Criado e comandado pelo baterista, compositor e arranjador Tuto Ferraz, ele mescla composições próprias e releituras de clássicos da MPB, como o sarcástico samba “Jorge Maravilha” (“você não gosta de mim/ mas sua filha gosta”), disparado por Chico Buarque para fustigar a ditadura. Quem canta é Mart’nália. A outra voz feminina do disco é a de Fernanda Abreu, mulher do solista, que participa de versões grooveadas de “Berimbau” (Baden Powell/ Vinicius de Moraes) e “Ponteio” (Edu Lobo/ Capinan). Fernanda é parceria de Tuto em “Chapando o groove (allright)” e “Menina morena”, com o co-autor Leonardo Mendes e vocal de Rogê: “Que sorte daquele/ que ganha um sorriso/ um olhar de ladinho”. De Tuto, com o percussionista Jota Erre e Jessé Santo, são ainda “Eu quero ver” e “Sambou”. Dançante em essência, “Moto contínuo” arregimenta músicos do calibre de José Carlos Bigorna (sax tenor), Marlon Sette (trombone), Paulinho Malheiros (trombone e arranjo de metais), Marcelo Mariano (baixo), Donatinho (teclados) e Claudio Zolli (guitarra).

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