“JAM” celebra os 25 anos de baquetas de Alfredo Dias Gomes

Um dos filhos musicais do célebre dramaturgo Dias Gomes (1922-1999), o baterista Alfredo Dias Gomes tem uma longa folha de serviços prestados a ilustres da MPB, como Hermeto Pascoal (com quem gravou o disco “Cérebro magnético”, aos 18 anos), Moraes Moreira, Kid Abelha, Lulu Santos, Torcuato Mariano, Arthur Maia, Nico Assumpção, Ricardo Silveira, Marcio Montarroyos, Heróis da Resistência e Ivan Lins, com quem excursionou pelo planeta. A partir de 1993, empreendeu carreira solo, que já rendeu oito álbuns, um single e uma vídeo aula (“Exercícios e ritmos”, de 1998).

Com o potente e autoral “JAM”, de oito faixas, a bordo de bateria e teclados, ao lado de Julio Maya (guitarra) e Marco Bom Bom (baixo), da Conexão Japeri, de Ed Motta, ADG celebra 25 anos de baquetas. Lançado em streaming e plataformas digitais , o álbum foi gravado e mixado por Thiago Kropf, no ADG Studio, e masterizado por Alex Gordon no mítico Abbey Road Studios, de Londres. Com todas as faixas nomeadas em inglês, o jazz rock predomina, como em “High speed”, que rebusca o fusion setentista da Mahavishnu Orchestra, de John Mc Laughlin, o grupo The Eleventh House e o baterista Billy Cobham. O baixolão de Bombom agudiza “Spanish”. Com retomadas e pontuações, “Dream Aria”, salienta a condução de Dias Gomes, que utiliza uma afinação mais aguda no voluntarioso solo reboante de “Experience”, iniciada a partir de frases de teclado. Acesa pela guitarra esgarçada, “The end” entrou como uma coda ao disco já concluído e masterizado, com o trio tocando ao mesmo tempo, como na atmosfera da “JAM” escancarada pelo título.