O inovador Jongui de “Elétrico fio que teço”
por Tárik de Souza
Fundador do selo indie Net Records, que já trabalhou com Daúde, Lulu Santos, Macalé, Vulgue Tostói, Zeca Baleiro, Rita Benneditto, o compositor, produtor e cantor Jongui, quase três décadas de música, vai lançar seu primeiro álbum solo, “Elétrico fio que teço” (YB Music), dia 6 de outubro, no Teatro Ipanema.
Capa CD Jongui - Elétrico fio que teço
“O público se sente abraçado pela sonoridade”, descreve ele, após testar este repertório ao vivo. Na nova incursão, ele vai tocar berimbau e atabaque, acompanhado por um quarteto de câmara e sintetizadores, num estilo que define como “batuque synth”.
O músico e compositor Lucas Santtana, disseca a pororoca sonora do álbum:
“É o encontro entre o batuque ancestral afro brasileiro, poesia, cordas, sopros, batidas e sintetizadores. Escuta, reflexão, concentração e sensibilidade para desbravar novos caminhos. E até, sem gênero, música de invenção”, lacra ele.
Fonte da imagem: http://bit.ly/2k3oPyx
Um vanguardismo bem calibrado, cujo encarte expõe artes plásticas igualmente provocadoras, de Guga Ferraz, Cabelo, Mari Bley, Lia Valderato, Nina Moraes, Aleta Valente, Celina Portela. E dispara contra a falência múltipla de órgãos da cidade do Rio, em “Passeio de São Sebastião”: “Na praça, um trapo/ um afago, a traçante/ é franco o achaque/ e um troco picado/ lá se vai o flagrante”.
Como diz o título, em câmara lenta, “Passo a passo” desliza em cama de cellos, e inesperados eufonio e trompa. Calcado nos atabaques, “Aceso” sentencia: “a bordo de mim / sou o centro do mundo / e a periferia de tudo”. No contraritmo de “Querer”, o manifesto estético do solista: “Digo e repito/ sei que não quero/ futuro velho pra carregar”.
fonte da imagem: https://glo.bo/2k2wcGm
Comentários