O quebranto dos violões de Yamandu e Penezzi
Disco reúne duo
Encontro de sumidades das cordas, o incendiário CD “Quebranto” (Biscoito Fino) une o gaucho de Passo Fundo, Yamandu Costa (1980) e o paulista de Sorocaba, Alessandro Penezzi (1974). Não tem monotonia, embora haja farto espaço para o lirismo.
O entroncamento de violões expande-se nas parcerias da dupla, “Chico Balanceado”, “Chaparral”, “Valsa morena”, “Amigo Bonilha”, rebordadas com o esmero dos artesãos/ mestres em seus ofícios.
Nem por isso, eles deixam de reverenciar antecessores, como Sérgio Belluco (“Valsa seresteira no. 1”), um professor que foi importante no aprendizado de Penezzi, e Lucio Yanel (“Meu gurizinho”), a quem, Yamandu deve lições certeiras.
Em comum, a latinidade da música de fronteira, mesmo quando cada solista exibe suas cartas autorais individuais como “Quebranto” e “Dayanna” (Penezzi), “Samba pro Rafa”, “Bolero negro” e “Saracoteco” (Yamandu).
“O CD foi muito bem cuidado”, elogia Yamandu. “O Penezzi vinha para a minha casa e a gente ficava tocando, tocando, usando violões com afinações diferentes. Tem, é claro, o fator da improvisação que é natural dentro de nossa escola popular. Mas foi um trabalho muito pensado. A gente trabalhou bastante os arranjos e ficamos super felizes com esse registro”, admite. Sensação que compartilham com os ouvintes das 13 faixas.
Comentários