Supersônicas

“Outro lugar”, o canto fora da mediania de Tetê Espíndola

por Tárik de Souza

sábado, 09 de setembro de 2017

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Egressa de um dos cenários pop/regionalistas dos anos 70, no álbum “Tetê e o Lírio Selvagem”, de 1978, sucesso solo nacional com “Escrito nas estrelas” (Arnaldo Black/ Carlos Rennó), vencedora do Festival Abertura, de 1985, a cantora Tetê Espíndola, de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, lança seu 18º. álbum, “Outro lugar” (LuzAzul). O repertório, inédito, foi colhido em várias épocas de sua trajetória, arrebanha parceiros diversos e as gravações ocorreram em Campo Grande, São Paulo e Paris, na França. O mesmo Arnaldo Black é autor da faixa título, de 2006, lançada agora em single, com Tetê e sua craviola, acompanhada pela percussão de Sandro Moreno, e pela cítara e tampura de Tuco Marcondes.


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Fina como lâmina, a voz cortante da cantora trafega entre o bucolismo de suas paisagens poéticas (“Andorinha”, 1985, “Lamber correnteza”, com Bené Fonteles, 2005, “Itaverá”, do irmão Geraldo Espíndola, 1974, “Pé de vento”, com Marta Catunda, 2015) e o estranhamento de quem atuou na linha de frente da vanguarda paulista (“Luz e anzol”, “guarânia blues” em parceria com Arrigo Barnabé, 1979, “Elétrico beijo”, “guarânia erudita”, com o francês Philippe Kadosch e Arnaldo Black, 2001). Tetê ainda musicou um poema de Manoel de Barros, “Boca”, para o filme de Joel Pizzini, “Caramujo flor”, de 1987, cuja harmonia foi criada na craviola, na tonalidade ré. E em “Bodoque”, outra com Marta Catunda, de 2008, Tetê se coloca em sua arte fora do prumo e da mediania: “Eu sou de polca rock, mas amo o blues/ me ligo nessa rede que embalou/ no ventre desse cosmo que nos abraça/ brotando a semente da criação”.

Os shows de lançamento serão dias 9 e 10 de setembro, no Teatro SESC Pompéia, em São Paulo. 


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