Supersônicas

“Sebastiana”, a circunavegação latina de Ricardo Bacelar, ex- Hanoi Hanoi

quarta, 04 de abril de 2018

Compartilhar:

Ex-integrante do grupo Hanoi Hanoi, o pianista, compositor e arranjador Ricardo Bacelar chega ao terceiro disco solo, a super-produçãoSebastiana” (Tratore), gravada e mixada em Miami, nos EUA em julho de 2017. O lançamento tem edição luxuosa, em LP, streaming e CD, com encarte bilíngüe, distribuída na América Latina, EUA, Europa e Japão. O título do disco é uma homenagem ao fabuloso Jackson do Pandeiro (1919-1982), o criador deste coco de sucesso (composição de Rosil Cavalcanti, de 1953), no ano em que se completava 35 de sua morte. No disco ainda há trechos de duas falas gravadas de Jackson. Produzido por Cesar Lemos (ex-The Fevers, atualmente radicado nos EUA), o álbum congrega músicos brasileiros, americanos, cubanos, argentinos, venezuelanos, colombianos e peruanos.

“Não pretendíamos gravar um disco folclórico, mas buscar um perfume, uma ambiência latina para adornar o repertório brasileiro”, define Bacelar no encarte. Como exemplo, a referida “Sebastiana” é infiltrada por um ritmo venezuelano denominado “sangueo”, interpretado com tambores de cumaco e mina, da porção central do país, de influencia africana a cargo de Anderson Quintero, e deságua num enovelado solo de guitarra. Maior rival de Jackson, Luiz Gonzaga também está no roteiro com “A volta da asa branca” (com Zé Dantas), de 1950, que incorpora o vallenato, da costa colombiana, no acordeon diatônico de Channo Tierra. O instrumento boliviano charango, confeccionado com a carapaça das costas do tatu, tocado pelo peruano Jesus “El Viejo” Rodriguez adorna “Vento de maio”, de Lô Borges e Marcio Borges. A dramatúrgica “Depois dos temporais”, de Ivan Lins e Vitor Martins, ganha ares de tango em câmara lenta, por conta do bandoneon de Gabriel Fernandez. Há ainda as versões em inglês de “Nada será como antes” (“Nothing Will be as it was”), de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos e “O morro não tem vez” (“Somewhere in the hills”) de Tom Jobim e Vinicius de Moraes. Também foram repaginadas “Toda menina baiana”, de Gilberto Gil e “Caicó cantiga (Oh mana deixa eu ir)”, folk recolhido por Villa- Lobos e adaptado por Teca Calazans e Milton Nascimento. É o único vocal de Bacelar, autor de “Parts of me”, “River of emotions” e “The Best years” e das parcerias com Lemos, “Suco verde’ e “Sernambetiba 1992”.  



Fonte da imagem: Ricardo Bacelar | Reprodução

Comentários

Divulgue seu lançamento