Vozes arquitetônicas do Equale na praia de Caymmi

Com boa parte de sua obra inicial propagada pelo Bando da Lua, Anjos do Inferno e Quatro Ases e um Coringa, o baiano-mór Dorival Caymmi (1914-2008) volta a ter suas músicas nas vozes de um conjunto vocal modernista. Fundado em 1990, o Equale lança o disco “Na praia de Caymmi” (Independente) em shows no Rio. Os próximos são nos dias 24 (com participação de Joyce Moreno) e 25 de outubro (Danilo Caymmi), na Casa de Cultura Laura Alvim, em Ipanema. Dia 28 de outubro, no Parque das Ruínas, em Santa Teresa, e dia 7 de novembro na Casa do Choro, no Centro do Rio.

Participam do disco, o humorista/cantor Serjão Loroza, que solta o vozeirão em “Retirantes” (“vida de negro é difícil/ é difícil como o quê”), Danilo Caymmi, um dos filhos do homenageado, em “Vamos falar de Teresa”, da minissérie da TV Globo, “Teresa Batista”, e uma cariciosa Joyce Moreno em “Morena do mar”.

Formado nos anos 90, privilegiando a arquitetura vocal elaborada, o grupo carioca, em 2000, lançou “Equale no Expresso Gil” (Albatroz), com músicas de Gilberto Gil, seguido por “Um gosto de sol” (2004), abordando Milton Nascimento.

O atual songbook mescla outros saborosos acepipes do tabuleiro de Caymmi, como “O que é que a baiana tem”, “Acontece que eu sou baiano”, as praieiras “Pescaria”, “Noite de temporal”, “O bem do mar”, “Milagre”, “Quem vem pra beira do mar”, o ponto de candomblé “Canto de Nanã”, o samba canção inovador “Só louco”, e a obscura e bela “Horas”. Sob direção musical de André Protásio, um dos barítonos (e arranjadores) do grupo, o Equale é harmonizado por Alice Sales, Ana Calvente e Nayana Torres (sopranos), Amanda Zullo e Letícia Dias (mezzos), Clara Rescala, Débora Braga, Muíza Adnet e Valéria Lobão (contraltos), Dalton Coelho, Flavio Mendes (também arranjadores) e Tom Andrade (tenores), Leandro Vasques e William Hester, os outros dois barítonos; além de Murilo Sierra e Pedro Sabino (baixos).