Supersônicas

O pop paraense personalizado de Natália Matos

por Tárik de Souza

quarta, 14 de fevereiro de 2018

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Centro irradiador de música com digital estética reconhecível, o Pará projeta também artistas de vocação pop como a cantautora Natalia Matos, de Não sei fazer canção de amor (Independente). Sob direção artística do especialista na matéria, o gaúcho Carlos Eduardo Miranda, e produção de Léo Chermont (do duo Strobo, guitarras), o álbum enfileira dez faixas que, na maioria, contradizem o título.

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Sim, a solista que assina todas, sozinha ou com parceiros, (à exceção de “Roseado”, de Antonio Novaes), sabe fazer canções de amor. Como no eletro rock reverso “Dá e passa” (“aceite meu sorriso nu/ aceite meu segredo/ não desanime/ que do amor eu também tenho medo”), na baladona soturna “A lágrima” (“seca o rosto da moça que chora/ demora, borra toda memória/ lava a pele da culpa em segredo”) e o reggae estilizado “Vamos embora”, com Jam da Silva (“em volta já temos tudo/ e a gente pode levar o mundo/ dentro do coração”), primeiro single do disco. Pratagy reforça a produção (“ele tem muita referência dos anos 80”, elogia Natália), enquanto Léo Chermont “tocou uma guitarra à Nile Rogers”. Outra referência internacional explícita é do duo sinthpop francês, Daft Punk, no salteado arranjo da faixa título.

Nascida em Belém, onde estudou piano na Escola de Música da UFPA, Natália viveu oito anos em São Paulo, cursou canto popular na Emesp e participou de rodas de samba, interpretando de Aracy de Almeida a Adoniran Barbosa. Se no primeiro disco ela procurou uma ponte entre as vivências paulistana e paraense, no atual, individualizou a narrativa. “A idéia de fazer um disco todo autoral veio da certeza de que nada mais legítimo, coeso, nada que me represente melhor do que o que sai naturalmente de mim”, enfatiza. 


fonte da imagem: site Natália Matos


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