Ana Frango Elétrico: um show de excentricidade no Circo
Por Ana Carolina Alvarenga
Na primeira cobertura de 2024, o IMMuB foi gratificado com o show de uma das grandes figuras do cenário alternativo brasileiro: a cantora e compositora Ana Frango Elétrico. Em um Circo Voador com sua capacidade máxima, se apresentou no último sábado, 27, para o lançamento do seu álbum “Me Chama de Gato Que Eu Sou Sua”.
Logo quando chegamos, pudemos observar uma fila que dava a volta nas barraquinhas da Lapa. Isso mostra o potencial que é Ana. Uma artista de nome excêntrico, um trocadilho com seu sobrenome “Fainguelernt”, mostrou suas influências mistas, que transitam entre os gêneros musicais mais variados, e seu repertório jovial, que abrange sexualidade, amor, ironia e sarcasmo.
Apresentou suas músicas mais populares, como “Electric Fish”, “No Bico do Mamilo” e “Mulher Homem Bicho”, que fizeram o público ir à loucura. Há de destacar também as participações especiais e a banda, que trouxeram valor na diversidade instrumental ao longo da apresentação. Índio da Cuica fez jus ao seu pseudônimo em “Se Eu Fosse Cinema”, Rodrigo Maré mostrou sua habilidade na percussão e Joca, além de soltar a voz em “Dela”, também brincou com os instrumentos.
Ana também deve ser exaltada, afinal, seus solos de sintetizador foram um show à parte, rolando até ela tocando as teclas com a cabeça. Mostrou sua capacidade de elaborar uma performance divertida, em momentos como quando fez um leilão de um desenho que ela pintou ali mesmo para o público no meio do mashup de “Não tem nada não” (Cover de Marcos Valle) com o clássico hit do house “Gypsy Woman (She's Homeless)”. No desenho, fez uma Nuvem Vermelha, em homenagem à música de mesmo nome.
Ana desenhando no palco.
Outros destaques estão para a apresentação de “Camelo Azul”, onde rolou uma forte interação com os fãs, que arremessaram cigarros no palco, e para a performance final de “Dr Sabe Tudo”, canção de Rubinho Jacobina, muito pedida pelo público ao longo da noite.
Em resumo, conseguimos compreender o motivo de uma fila tão quilométrica. A junção perfeita de um som experimental, entretenimento fora da curva e fãs dedicados explica todo o fenômeno Frango Elétrico.
Comentários