Supersônicas

A lusa Eugénia Melo e Castro traduz em musica a vanguarda poética do pai

quinta, 10 de maio de 2018

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A cantora e compositora Eugénia Melo e Castro, nascida em Covilhã, Serra da Estrela, é uma desbravadora na religação contemporânea das músicas brasileira e portuguesa, sucedendo os tempos imemoriais das fadistas de xale negro. Sua carreira foi feita praticamente na ponte cultural entre os dois países. A começar pela estréia, em 1982, “Terra de mel”, com piano, acordeon e produção de Wagner Tiso, com quem dividiria ainda o álbum de piano & voz “Coração imprevisto”.

A faixa título foi composta com Caetano Veloso, seu parceiro também em “Meu e assim”. Ela duetou com Ney Matogrosso (“Dança da lua”, 1983), e foi parceira autoral ainda de Toninho Horta (“Fogo de palha”, “Magicamente”), Vinicius Cantuária (“Duas cidades”), Kleiton Ramil (“Lugar sem fim”, “Diferença horária”, “Em milímetros”, “É assim”, “Terra de mel”), Guto Graça Melo (“Princípio e fim”), Tunai (“Ao cair da tarde”), Wagner Tiso (“O cerco”, “Águas de todo o ano”, com Novelli), Francis Hime (“Cobra aranha”) e Gonzaguinha (“Surpresas”). Lançou um disco dedicado à música mineira (“Um gosto de sol”), o tributo ”Eugénia Melo e Castro canta Vinicius de Moraes”, e um “Ao vivo em São Paulo”.

No recém lançado “Mar virtual” (Selo SESC) ela celebra a obra do pai, o poeta Ernesto Manuel Geraldes de Melo e Castro, conhecido como E.M. de Melo e Castro, mentor da poesia experimental em Portugal, que fez intercâmbio com o movimento concretista brasileiro, dos irmãos Augusto e Haroldo de Campos e Decio Pignatari. Sob produção e direção musical de Emilio Mendonça – que a acompanha solitário ao piano – o disco reúne dez composições de Eugênia com o próprio Emilio sobre poemas extraído da obra de seu pai.

Alguns poemas são francamente visuais e propõe desafios complexos como o “Soneto soma 14 X”, apenas numeral (“14342/ 23306/41612/32216”) declamado musicalmente pela cantora. Já a “Sintaxe das misturas” prima pelo aspecto pictórico: “amarelo vermelho e amarelo azul/ vermelho amarelo e/ vermelho azul/ azul amarelo e azul vermelho”. O pianista e compositor Mario Laginha assina duas faixas, “Um homem que canta e vê” e “É de manhã” (nada a ver com a homônima composição de Caetano Veloso): “é neste instante quando surge o sol/ que se trai o nascer e a luz dói”. O pai de Eugénia contracena com ela na concêntrica “Chama”; “Uma chama, um nome, a mesma chama/ há um outro nome que se chama/ em cada chama o chama pelo nome”. Ana Deus, Alexandre Soares e Gil Assis também assinam músicas para os poemas de “Mar virtual”.

“Como a poesia de meu pai já extremamente difícil de ser digerida por apresentar muitos jogos de palavras, muito humor, drama e uma intensidade estética que fica não só no sentido, mas muito nas sonoridades, tive que escolher parceiros que entendessem essa linguagem que queria trazer para a música”, explica Eugénia.

O disco terá lançamentos, dia 16 de maio no SESC Jundiaí, na cidade homônima, e dia 17, no SESC Ipiranga, na capital paulista. 


SERVIÇOS:
Evento: Eugénia Melo e Castro em lançamento do disco “Mar Virtual”.
Local: SESC Jundiaí.
Endereço: Av. Antônio Frederico Ozanan, 6600 - Jardim Botânico - SP.
Data: quarta-feira, 16 de maio de 2018.
Horário: 20:00.
Lotação: 220 lugares.
Venda: limitada a 2 ingressos por pessoa.
Duração estimada: 90 minutos.
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SERVIÇOS:
Evento: Eugénia Melo e Castro em lançamento do disco “Mar Virtual”.
Local: SESC Ipiranga.
Endereço: Rua Bom Pastor, 822 – Ipiranga – SP.
Data: quinta-feira, 17 de maio de 2018.
Horário: 21:00.
Lotação: 200 lugares.
Venda: limitada a 6 ingressos por pessoa.
Duração estimada: 90 minutos.
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Fonte da imagem: Divulgação | Fotografia de Murilo Alvesso


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