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Marina Sena: uma artista de primeira no Circo Voador

por Caio Andrade

segunda, 15 de agosto de 2022

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Existem artistas com talento, outros com carisma, alguns com ótima performance e presença de palco, e existem artistas como Marina Sena, que soma todas as opções anteriores. E o IMMuB pôde ver de perto o que foi o show da mineira de Taiobeiras na última sexta-feira, dia 12 de agosto, no Circo Voador.

Com ingressos esgotados mesmo sendo aberta uma data extra nas apresentações ocorridas dias 12 e 13, é passado quase 1 ano desde que ela debutou na nova cena da MPB com o álbum De Primeira, e os resultados já são evidentes. Se por acaso você ainda não sabe quem é a cantora, clique aqui.


Se apresentando coincidentemente no dia em que outra mineira de sucesso, Clara Nunes, fazia aniversário, era assim que Marina era convidada ao palco. Com set aberto pela banda potiguar Luísa e os Alquimistas, a noite já começava animada no Circo. De Natal para Minas Gerais, Marina subiu no palco toda de vermelho com aquele sorriso inconfundível cantando Seu Olhar, penúltima faixa de seu álbum, e o público foi ao delírio. Ela se aproximava da pista e segurava a mão de quem estava pertinho ali na frente, e todos queriam um pouco daquele carinho.

O repertório do show começou com canções que compõem De Primeira, como as mais ouvidas no Spotify Por Supuesto, Voltei Pra Mim e Me Toca, e depois contou com outros lançamentos mais recentes, como os duetos Quente e Colorido, ao lado de Illy, Apenas um Neném, ao lado de Gloria Groove e Natasha, sucesso da banda Capital Inicial. Ela ainda brincou dizendo que queria ser legal igual à Natasha da canção.

Acompanhada por Gianlucca na guitarra, Levy Santiago no baixo, e do namorado Iuri Rio Branco na bateria, além das dançarinas Fernanda Fiuza e Natasha Sousa, em quase duas horas de show o tempo parecia estar suspenso, congelado, de tão extasiante que foi. Quando você se dava conta, o espetáculo já tinha acabado. Era uma canção mais cantada do que a outra na pista, acompanhadas daqueles diversos gritos de “Linda!”, “Maravilhosa!” e até “Já hitou!”.

Porém, o que chamou bastante atenção nesse dia, mais do que qualquer performance em palco, foi o lado humano da cantora. No meio do show, antes de começar mais uma música, ela percebeu alguém passando mal na multidão e pediu logo pelos bombeiros. Uma atitude simples mas que gera a reflexão: quantos artistas teriam a mesma sensibilidade e preocupação durante uma apresentação?

Essa parece ser, inclusive, uma das maiores virtudes de Marina Sena em uma recente porém sólida carreira: humildade. Muitos já elogiavam a postura da artista fora do palco, sendo sempre muito atenciosa com o público, isso antes mesmo do ocorrido no espetáculo. Ela se mostra, acima de qualquer título de artista, um ser humano generoso, que valoriza quem a valoriza, e isso só engrandece sua obra.

Não à toa, o IMMuB teve o prazer de conversar e ouvir da própria artista se ela se imaginava chegando aonde chegou 1 ano depois do seu primeiro álbum, e ela respondeu:

"Olha, eu queria muito chegar aonde eu estou, mas eu não tinha tanta certeza. Eu esperava que fosse fazer algum sucesso, agora, esse “sold out”, dois dias no Circo, eu não esperava, mas está sendo muito bom."

Se ainda tem quem pergunte “Quem é Marina Sena?”, a agenda lotada de apresentações, o apelo do público e os diversos prêmios já conquistados em um curto espaço de tempo dizem muito. A pergunta mais pertinente, na verdade, seria “Até Aonde Vai Chegar Marina Sena?”, essa artista e ser humano de primeira.

O Instituto agradece mais uma vez ao Circo Voador, por nos abrir as portas, e também à Márcia Godoy, da equipe da artista, quem gentilmente nos atendeu e nos possibilitou conversar com Marina. Nossa mais sincera gratidão.

E você, já escutou Marina Sena hoje?



Caio Andrade é graduando de História da Arte na Escola de Belas Artes (EBA/UFRJ) e Assistente de Pesquisa e Comunicação no Instituto Memória Musical Brasileira (IMMuB) desde 2020Grande apaixonado por samba, pesquisa sobre o gênero há mais de uma década, além de tocar em rodas e serestas no Rio de Janeiro.

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