Música

7 álbuns memoráveis gravados ao vivo no Canecão

sábado, 22 de junho de 2019

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O Canecão, uma das casas de shows mais importantes do Rio de Janeiro e de todo o Brasil, foi inaugurada no dia 22 de junho de 1967, há exatos 52 anos. Pensado inicialmente para ser uma cervejaria, o espaço acabou se firmando como palco fundamental de muitos e memoráveis espetáculos musicais, onde diversos artistas assinaram seu nome definitivamente na história da música popular brasileira. Passaram pelo palco do Canecão nomes como Bibi Ferreira, Elis Regina, Chico Buarque, Marisa Monte e muitos outros. 

Para celebrar a memória desta casa de shows tão importante para a música nacional, fechada desde 2010, listamos 7 álbuns memoráveis que foram gravados no palco da famosa e badalada cervejaria de Botafogo.  

1 - CANECÃO APRESENTA MAYSA

Maysa foi um nome fundamental para a consagração do Canecão, com a bem sucedida temporada de shows que lá realizou em 1969. O show mostrava a cantora em um momento iluminado da carreira, esbanjando glamour e sensualidade na atmosfera noir e melancólica que ela dominava tão bem. O show, felizmente, foi gravado e virou este disco antológico. O repertório mistura canções então já clássicas do repertório de Maysa, como "Meu mundo caiu", "Ouça" e "Demais", além de outras pérolas do cancioneiro nacional, como "Chão de estrelas" e "Se todos fossem iguais a você". Há ainda uma inusitada versão de "Se você pensa", de Roberto e Erasmo Carlos, que Maysa domina como uma autêntica blueswoman. Um disco memorável! 


2 - ROBERTO CARLOS AO VIVO

“Que prazer rever vocês....A conhecida frase dita por Roberto Carlos no início de cada show foi repetida por ele anos a fio no palco do Canecão. Isso porque o Rei viveu uma verdadeira história de amor com a cervejaria. A partir de 1970 até as décadas seguintes, Roberto Carlos estreou praticamente todos os seus shows no Canecão. Essa fidelidade resultou, em 1988, no disco "Roberto Carlos ao vivo", gravado, é claro, no Canecão. No disco, além de seus clássicos inevitáveis, há uma nova interpretação de "Canzone Per Te", que o consagrou em 1968 como o grande vencedor do Festival de San Remo, na Itália. De fato, Roberto Carlos e o público do Canecão viveram fortes emoções juntos. 


3 – Chico Buarque e Maria Bethânia Ao Vivo 

Em 1975, Chico Buarque era o grande compositor brasileiro. Maria Bethânia, a nossa grande intérprete. E para felicidade geral da nação, foi nesse ano que os dois se reuniram num show em conjunto, que resultou em um álbum gravado, adivinhe... no Canecão, é claro! O disco, cultuado até hoje por fãs de Chico e Bethânia – e da MPB em geral - é delicioso pela mistura contrastante do jeito tímido de Chico com a expansão teatral da Abelha Rainha. Essa alquimia foi a chave para o sucesso do histórico dueto "Sem fantasia", que nasceu nesse show, e que está presente no disco, junto com outras interpretações arrebatadoras de "Gita" (Raul Seixas), "Sinal Fechado" (Paulinho da Viola) e "Quem te viu, quem te vê" (Chico Buarque). 


4 - O Tempo Não Para – Cazuza Ao Vivo 

Este álbum é o quarto da carreira solo de Cazuza, e um de seus últimos registros fonográficos – ele nos deixaria dois anos depois. Trata-se do registro do histórico show "Ideologia", dirigido por Ney Matogrosso, que valorizou na montagem do espetáculo a força das letras de Cazuza. O disco, assim como o show, é catártico, reunindo algumas canções de Ideologia, além de outros sucessos de Cazuza e do Barão Vermelho. O destaque, contudo, ficou por conta da música "O tempo não para", lançada no show, e que acabou se tornando um dos grandes clássicos do rockeiro. Mais um registro histórico para a conta do Canecão


5 - ELYMAR NO CANECÃO 

Impossível falar de Canecão sem lembrar de Elymar Santos. Em fins de 1985, o então cantor de bares e churrascarias tomou uma atitude ousada e inesperada: empenhou seus poucos bens materiais e alugou o Canecão para realizar seu novo espetáculo, “Assim somos nós”. O que seria apenas uma noite, contudo, acabou se transformando em uma bem sucedida temporada, aplaudida até por Maria Bethânia. A partir daí, Elymar se tornou um nome conhecido do público e o show entrou para a memória dos que assistiram à história sendo feita. O registro desse momento foi lançado em 1986, no disco ao vivo “Elymar no Canecão”. Neste álbum, misturam-se composições próprias de Elymar com canções de grandes nomes da MPB, como Gilberto Gil, Chico Buarque e Gonzaguinha, revestidas pelo estilo próprio de Elymar. O disco, assim como o show, foi um sucesso! 


6 - O GRANDE ENCONTRO

O primeiro grande encontro entre Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Zé Ramalho e Elba Ramalho se deu em um histórico show realizado no Canecão em 1996, que originou este álbum antológico para a música nacional. Os quatro artistas eram unidos por origem semelhante: todos eles vieram do Nordeste e despontaram para a música brasileira como expoentes da "geração de 70". O álbum inclui empolgantes clássicos desses compositores, como "Admirável gado novo" (Zé Ramalho), "Coração bobo" (Alceu Valença) e "Dia branco" (Geraldo Azevedo). Um encontro que entrou para a história e, felizmente, desdobra-se até hoje em novos reencontros e apresentações. 


7 - BRASILEIRO PROFISSÃO ESPERANÇA 

Em 1974, o Canecão abriu suas portas para mais um espetáculo que se tornou histórico. Trata-se do musical "Brasileiro Profissão Esperança", escrito por Paulo Pontes e dirigido por Bibi Ferreira, que contava com Clara Nunes e Paulo Gracindo no elenco. O espetáculo celebrava vida e obra de Dolores Duran e Antonio Maria, duas figuras fundamentais para a música brasileira nos anos 1950. Ambos notabilizaram-se como importantes compositores, além de terem em comum a paixão pela noite e um fraco pela boemia. No espetáculo, Clara Nunes emprestava sua voz para as músicas que compunham o roteiro, enquanto Paulo Gracindo declamava o texto assinado por Paulo Pontes. Este  foi mais um momento histórico registrado no palco do Canecão. Um palco sobre o qual as cortinas jamais deveriam se encontrar fechadas. 



Texto por: Tito Guedes 

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