No mês de maio vamos deixar Claudya dizer o que pensa dessa vida! É o mês de celebrar os 75 anos de uma das grandes cantoras do país, por vezes não tão valorizada quanto merece, mas com um talento imensurável. Venha conosco conhecer suas histórias, viagens, prêmios e muito mais!
Recorte de Claudya para o ensaio de "A Nossa Bossa Sempre Jovem" (2022). Foto: Cleber Correa.
Nascida Maria das Graças Rallo em 10 de maio de 1948, a pequena Claudya desfrutou dos altos e baixos da vida logo no início da carreira, iniciada em 1965. O primeiro grande momento? Talvez o Troféu Roquette Pinto como "Cantora Revelação" e sua participação no programa Fino da Bossa. A primeira desilusão na música? Ter que ir para o Japão (com muito êxito!) tentando se reinventar, tão nova, após uma má fama criada devido a uma suposta “rivalidade” (fictícia) com Elis Regina. O que Claudya tem são histórias.
A virada dos anos 1960 para os 1970 foi muito importante para Claudya, sobretudo com a época dos festivais de música - festivais esses em que ela arrebatou praticamente todos os prêmios. “Melhor Intérprete”, “Melhor Canção”...ela sempre voltava premiada, viajando Brasil e o mundo. Num festival em Atenas, Grécia, por exemplo, ela levou a premiação em todas as categorias cantando “Minha Voz Virá do Sol da América”, numa apresentação para um público de milhares de pessoas e um corpo de júri que tinha nomes como Ray Conniff. O êxito foi tanto que ela comenta: “depois da final, saímos andando pelas ruas de Atenas e o público que estava no estádio veio atrás da gente, dando vivas, aplaudindo.” (Claudya: o Que Não me Canso de Lembrar, 2021, p. 52).
Evinha e Claudya: bastidores do Festival Internacional da Canção, 1970. Foto: acervo pessoal da artista.
Dos festivais, têm-se também a fase Odeon, em que a cantora conheceu seus principais sucessos: “Jesus Cristo”, “Com Mais de 30” e “Deixa eu Dizer”. Apesar do sucesso de vendagem na trinca de discos lançados entre 1971 e 1973, ela diz ter sido deixada de escanteio pela gravadora que preferiu investir na carreira da então ascendente Clara Nunes (que quase saiu da Odeon em 1975). O mesmo teria acontecido com Elza Soares, que trocou a Odeon pela recente Tapecar entre 1973 e 1974 por se ver com cada vez menos oportunidades.
Claudya seguiu produzindo e lançando trabalhos interessantes, como “Reza, Tambor e Raça” (1977) e “Pássaro Imigrante” (1979), esse último bastante autoral. Se a indústria fonográfica não lhe dava tanto espaço como antes, o tablado viria a ser seu parceiro! Em 1983, estreou no musical “Evita”, ao lado de Mauro Mendonça, contando e cantando a vida de Eva Perón. Apesar da insegurança de ser comparada à divas do teatro brasileiro como Bibi Ferreira ou Marília Pêra, Claudya foi aclamada pelos produtores como a melhor Evita dentre todas as que já haviam feito, tendo sido indicada ao Prêmio Molière. Ela também ficou bastante famosa com sua versão de “Não Chores Por Mim Argentina”.
A menina que já sonhou em ser bailarina se encontrou nas artes de várias formas. Além de cantar e atuar, Claudya também passou a compor algumas das canções que gravou, umas sob pseudônimos como “Xangô da Bahia” e “Dendê Salvador” para evitar ser malvista pelo mundo machista da produção musical.
Porém, essa carioca, ou mineira, ou paulistana, enfim, é e sempre foi uma desbravadora, teimosa, que sempre prezou por um bom trabalho. Não à toa, foi uma das artistas que mais gravou Marcos Valle (“Com Mais de 30”, “Garra”...) e já dedicou álbuns a nomes como Taiguara e Caetano Veloso. A obra de Claudya é muito rica e você pode explorá-la toda em nosso site. Fique ligado em todas as nossas redes!
Claudya e Grazi Medori. Foto: Douglas Campos.
Um abraço carinhoso em Grazi Medori, filha de Claudya, quem está nos auxiliando com informações valiosas esse mês, e um felicíssimo aniversário para Claudya!
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