Supersônicas

A caixa “Movimento violão” documenta virtuoses do instrumento

quarta, 04 de abril de 2018

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O selo SESC lança a preciosa caixa “Movimento violão”, com dez DVDs da série empenhada em “expor as diferentes linguagens deste instrumento ao grande público”, através de desempenhos de virtuoses que trafegam nas fronteiras entre a música clássica e a popular.

São gravações de 2012 registradas nas diversas unidades do SESC de São Paulo, com os solistas Paulo Porto Alegre, Carlos Barbosa Lima, Daniel Wolff, Pedro Martelli, Eduardo Isaac, Pablo Márquez e as revelações João Kouyoumdjian  e João Carlos Victor (num programa que vai de Bach a Sivuca, Hermeto, Villa-Lobos e Garoto), além de Paulo Martelli, curador e idealizador do projeto, o singular Quarteto Abayomi e o consagrado Duo Assad, dos irmãos Sérgio e Odair Assad. E também uma apresentação de Marco Pereira, (ladeado por Paulo Martelli) com a Orquestra Metropolitana de sua obra, “Lendas amazônicas”, de cinco movimentos, entre eles, “Matinta Pereira, o pássaro noturno”, “Curupira, o traquino” e “Icamiabas, as mulheres guerrreiras”. Isaac e Márquez são argentinos e embrenham-se num repertório hispânico, de Astor Piazzolla (“Maria de Buenos Aires”) e Carlos Aguirre (“Suíte paisajes”) às “Fantasias” de Luiz de Narváez e a “Ommagio a Debussy”, de Manuel de Falla. Formado por três mulheres violonistas, Marcelly Rosa, Juliana Oliveira e Josiane Gonçalves, mais Adriano Paes, o Abayomi une os quatro violões e voz num repertório que abarca do baião de Waldir Azevedo, “Delicado”, aos clássicos caipiras “Tristeza do jeca” (Angelino de Oliveira) e “Vida marvada” (Rolando Boldrin), seguindo por choros de Jacob do Bandolim (“Doce de coco”, letrado por Hermínio Bello de Carvalho), Ernesto Nazareth (“Odeon”, “Escorregando’, “Escovado’) e a obra diversificada de Celso Machado (“Cateretê”, “Isquenta o pé”, “Xote”). 

Barbosa Lima mescla latinidade (“Sabor a mi”, “Frenesi”, “Perfídia, “Adiós”), a erudição de Villa-Lobos (“Melodia sentimental”, “Prelúdio no. 2”), choros de Pixinguinha (“Naquele tempo”, “Cochichando”) e o “Batuque” do violonista paulista Laurindo de Almeida, que se radicou nos EUA após o fechamento dos cassinos e recebeu incontáveis prêmios. Por sua vez, a composição de Sergio, do Duo Assad, “Tahhiyya Li Oussolina (Aos nosso antepassados)”, foi agraciada como melhor composição clássica contemporânea no Grammy Latino, de 2008. Ele está no repertório do disco dos irmãos, ao lado de Tom Jobim (“Quebra pedra”), Egberto Gismonti (“Palhaço”) e um medley do modernista paulistano Garoto (“Jorge do Fusa”, “Gente humilde”, “Lamentos do morro”). Pedro Martelli também solou Garoto (“Gracioso”, “Doce lembrança”, “Naqueles velhos tempos”) e ainda Guinga (“Cheio de dedos”, “Perfume de Radamés”, “Picotado”) e Geraldo Vespar (“Estudo Popular Brasileiro”). E se Paulo Porto Alegre, além de seus próprios temas (“Pedrinho no choro”, “Samba de Guaratiba”) revisita os jazzistas Pat Metheny (“Letter from home”) e Ralph Towner (“Green and golden”), Daniel Wolff também mostra lavra própria (“Scordatura”, em quatro movimentos), e singra Tom Jobim (“Canta, canta mais”, “Samba de uma nota só”, omitida a parceria, também musical, de Newton Mendonça) e Egberto Gismonti (“Água e vinho”).  




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