A Gal Costa turbinada de “Estratosférica”

“Não quero nada careta, quero um show bem rock’n’roll”. O pedido de Gal Costa a seus produtores, Pupillo, do Nação Zumbi (diretor musical) e Marcus Preto (direção geral) prefacia a foto da capa do (duplo) CD e DVD “Estratosférica” (Biscoito Fino), onde a cantora, aos 70 anos, faz com os dedos o sinal dos chifres satânicos do heavy metal. E não faltam guitarras turbinadas, de Guilherme Monteiro (mais violão) e Mauricio Fleury (mais teclados), junto com o baixo de Fábio Sá e ainda Pupillo (bateria, programação), no percurso pop rock do espetáculo gravado na Casa Natura Musical, em São Paulo, em junho passado.

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Na escalação, Rita Lee (“Cartão postal”, com Paulo Coelho), Lulu Santos (“Arara”), Roberto & Erasmo Carlos (“Meu nome é Gal”), Jards Macalé (“Mal secreto”, com Waly Salomão), Torquato Neto (“Três da madrugada”, com Carlos Pinto), Luiz Melodia (“Pérola negra”), Jorge Ben Jor (“Os alquimistas estão chegando”, “Cabelo”, com Arnaldo Antunes), Tom Zé (“Namorinho de portão”) e o Caetano Veloso, de “Objeto não identificado” e “Como 2 e 2”.

Com sua voz lâmina refinada, Gal alterna estiletes do rock, com o alado aboio “Acauã” (Zé Dantas), o inaugural e acústico “Sim, foi você”, composição que Caetano apresentou quando a conheceu, e a bossa inédita “Por um fio”, de Marcelo Camelo. Ele é um dos compositores da nova geração avalizados pela diva, ao lado de Mallu Magalhães (“Quando você olha pra ela”), Jonas Sá (“Casca”, com Alberto Continentino), Céu (“Estratosférica”, com Pupillo e Junio Barreto), Lirinha (“Jabitacá”, com Bactéria e o mesmo Junio Barreto). Há também parcerias de veteranos e novos como “Ecstasy”, de João Donato com Thalma de Freitas, “Sem medo nem esperança”, de Antonio Cícero com Arthur Nogueira e “Dez anjos”, de Milton Nascimento e Criolo.

Todos cabem na estética estratosférica da indomada fera vocal, Gal.