Acontece que eles são baianos
por Caio Andrade
Setembro é mês de samba da Bahia no IMMuB! Embalados pelos 80 anos do mestre Nelson Rufino, iremos recordar os grandes expoentes do samba na terra do Senhor do Bonfim seguindo os versos de Dorival Caymmi: “acontece que eu sou baiano”. Se juntam a eles também outros nomes como Riachão, Batatinha, Ederaldo Gentil, Tião Motorista e Edil Pacheco.
Rufino 80
Nelson Rufino é um daqueles artistas da nossa vasta MPB que mereciam mais destaque do que possuem. Um compositor que é dono dos maiores sucessos de nomes como Roberto Ribeiro e Zeca Pagodinho precisa ser mais lembrado e celebrado.
Nascido em 12 de setembro de 1942, iniciou sua discografia tardiamente, apenas nos anos 1990, com o álbum “Viva Meu Povo”. Mesmo assim, já era conhecido desde os anos 1960 e conseguiu se inserir no eixo carioca, tendo sido gravado por diversos nomes como Alcione, Jorge Aragão, Neguinho da Beija-flor e os dois sambistas citados acima.
Roberto Ribeiro pode ser considerado, inclusive, o maior intérprete da obra de Nelson Rufino, dada a relevância dos sambas gravados por ele nos anos 1970. É de Rufino alguns dos principais sucessos da carreira de Roberto, tais como: “Todo Menino É Um Rei”, “Vazio”, “Tempo Ê” e “Rose”. Porém, a competição é feroz, já que Zeca Pagodinho interpretou diversos sambas de Rufino também, dentre eles, “Verdade”, um dos seus carros-chefe.
Dorival e Outros Bambas
Falar de Bahia é falar de Dorival Caymmi. Afinal, quem não se lembra de “Maracangalha”, “O Que É Que a Baiana Tem?” ou "Marina"?
Dorival se tornou uma figura imprescindível na música brasileira, dono de um estilo muito próprio conhecido como “canções praieiras”, título de seu primeiro álbum. Essas músicas, muitas vezes, traziam letras que retratavam o cotidiano e as coisas simples da vida com os pescadores, o mar, a praia e Iemanjá.
Até por ter vivido 94 anos, viu muitas mudanças na música brasileira e foi gravado por nomes de diversas gerações, tendo participado de gravações ao lado de Carmen Miranda nos anos 1930 e sido gravado posteriormente por nomes como Gal Costa e Casuarina.
De todos esses, Tião Motorista é certamente o menos famoso e com mais incógnitas sobre sua história, com poucas informações encontradas sobre. Lançou também apenas 2 álbuns, com destaque para o segundo, “Meu Interior”, que possui uma versão bastante diferente daquela conhecida com “Manhã de Carnaval”. Chama atenção também o dueto com Zilah Machado em “Apesar de Tanto Amor”.
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