Música

Alfredo Dias Gomes mergulha no improviso jazzístico totalmente autoral em 'Metrópole'

domingo, 23 de maio de 2021

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Um ano após seu elogiado “Jazz Standards”, o baterista carioca Alfredo Dias Gomes reaquece a cena instrumental brasileira com seu 13º disco solo “Metrópole”. Gravado em seu próprio estúdio, na Lagoa, com o engenheiro de som Thiago Kropf, o disco já está disponível nos serviços de streaming. “No final do ano passado comecei a compor para o novo disco e mantive o estilo jazzístico do último trabalho, sendo que em 'Metrópole' também toco os teclados, além da bateria”, comenta o baterista, que começou a gravar as bases do disco em fevereiro com o baixista Jefferson Lescowitch.

Com a piora da pandemia no Brasil, Alfredo optou por gravar os metais remotamente, convidando o trompetista Jessé Sadoc e o saxofonista Widor Santiago, que gravaram de suas casas e enviaram os áudios via internet. A masterização foi realizada no Abbey Road Studios - o icônico estúdio em Londres – e feita pelo engenheiro de som Andy Walter, que já masterizou discos de David Bowie, Jimmy Page, Coldplay, The Who, The Beatles, dentre outros.

Foto: Leandro Marques

Com temas curtos, “Metrópole” traz em sua concepção o enfoque no improviso, que se desenvolve, especialmente, dentro da forma da composição, característica dos discos de jazz. Abrindo o disco, a faixa-título “Metrópole” é classicamente jazzística (walking bass), com acordes peculiares esquentando os solos de trompete e sax, finaliza com a bateria, o baixo e o trompete em conversação mútua. Em compasso 5/4, “Resedá” – uma homenagem à rua onde nasceu - tem uma melodia abrasileirada e tema em uníssono, com a bateria livre costurando a melodia. Dedicada à memória do irmão Marcos (1965-1968), a balada jazzística “Saudade” ressalta uma melodia emotiva, com destaque para os solos de baixo e de flugelhorn, ambos de extrema sensibilidade.

Em compasso 6/4, “Andaluz” traz melodia espanholada em uníssono de baixo e teclado, com solo de Jessé Sadoc. Da surdina ao som aberto, o trompete “entrega” o solo para Widor Santiago, modulando para um melodioso solo de sax, em clima crescente, até o clímax reunindo todos os instrumentos na melodia final, terminando com intervenções vigorosas da bateria. “Expresso do Oriente” é jazzística (walking bass), com andamento rápido, melodia arábica e acordes característicos que instigam os solos de trompete e sax, com uma bateria condutiva e em diálogo com os solistas. O jazz-fusionCidade da Meia-Noite” faz prevalecer o suingue, com melodia incisiva de metais e solos de baixo, trompete e sax - este lembrando o lendário saxofonista Michael Brecker. Já “Grand Prix”, outro jazz fusion, tem andamento rápido e solos vibrantes de trompete e sax, com bateria livre explorando os pratos.

Ouça agora o álbum (clique aqui!) 

Encaminhado por: Cezanne Comunicação

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