Cobertura IMMuB

Antonio Adolfo e Muita Bossa no Blue Note Rio

por Caio Andrade

quarta, 08 de novembro de 2023

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Na última sexta (03), o Blue Note Rio, em Copacabana, recebeu o pianista e compositor Antonio Adolfo apresentando seu mais recente trabalho: “Bossa 65: Celebrando Carlos Lyra e Roberto Menescal”. E o IMMuB te conta como foi este show espetacular!

Antonio Adolfo e Oceto durante o show "Bossa 65: Celebrando Carlos Lyra e Robero Menescal".

Acompanhado por um octeto de dar inveja, Adolfo homenageou dois pilares da bossa nova em uma sessão dupla no ano em que o gênero completa 65 anos. Nas canções de Lyra e Menesca, disse que buscou novos arranjos, novas ideias - mas a qualidade de sempre permaneceu inalterada. Aliás, nas palavras do próprio artista, “música boa não tem idade”.

Ele seguiu à risca a ordem das músicas no álbum, só fez apenas 3 desvios: no esquenta do show, tocou “Cascavel”, faixa de abertura de “Viralata” (1979), seu terceiro disco autoproduzido, e ao fim, seus clássicos “Sá Marina” e “Teletema”, essa última acompanhada da presença ilustre de Evinha. Menescal também deu uma canja no espetáculo na primeira sessão.

Antonio Adolfo e Evinha durante o show "Bossa 65: Celebrando Carlos Lyra e Roberto Menescal".

O álbum - e, consequentemente, o show - contou com as canções mais famosas dos autores mas também com algumas mais “lado B”, a exemplo de “Maria Moita” e “Samba do Carioca” (ambas de Lyra e Vinicius de Moraes) e “O Barquinho” e “Tete” (ambas de Menescal e Bôscoli).

O octeto, formado por Lula Galvão (guitarra), Jorge Helder (contrabaixo), Rafael Barata (bateria), Jessé Sadoc (trompete e flugelhorn), Danilo Sinna (sax alto), Marcelo Martins (sax tenor e flauta) e Rafael Rocha (trombone), além de Antonio Adolfo ao piano, aludiu àqueles tempos gloriosos de boates nos anos 1950 e 1960, numa perfeita união entre o repertório do álbum e o ambiente do Blue Note. Quem não foi, perdeu!

Estar nas paradas de sucesso norte-americanas com esse trabalho mostra o quanto Antonio sabe se reinventar mesmo quando toca aquilo que já lhe é comum. E o reconhecimento vem não só através de paradas de sucesso, como também com a presença do público, que esgotou todos os ingressos da primeira sessão no Blue Note e a maioria da segunda.

Antonio Adolfo já fez muitos trabalhos em tributo ao longo de seis décadas de carreira. Teve mais de uma homenagem a Chiquinha Gonzaga com “Viva Chiquinha Gonzaga” (1985) e “Chiquinha com Jazz” (1997); a Ernesto Nazareth com “Os Pianeiros” (1981); e mais recentemente a Milton Nascimento em “Bruma” (2020) e Tom Jobim em “Jobim Forever” (2021). A pergunta que fica é: onde estão os tributos a Antonio Adolfo? Porque um artista da grandeza dele merece ser bastante reverenciado.

Nosso agradecimento especial à assessoria do artista e do Blue Note Rio por nos receber e atender tão bem. Viva Lyra e Menescal, e viva também Antonio Adolfo por nos proporcionar uma obra tão autêntica!


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