Supersônicas

As fusões alucinadas do trio Muntchako

por Tárik de Souza

sexta, 03 de novembro de 2017

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Nascido em Brasília, em 2014, o trio instrumental Muntchako mistura eletrônica de ponta e sons orgânicos, sintetizados nas sete faixas do disco de estréia homônimo, lançado em vinil da Polysom e nas plataformas digitais, produção do luminar paulista Curumim.

Samuel Mota (guitarra, synths e programações) fornece o vértice mais eletrônico do trio, com viés dub e reggae. Rodrigo Barata (bateria, samples), DJ e pesquisador, adiciona as batidas pulsantes, e Macaxeira Acioli (percussão, samples), traz a pegada nordestina, e propõe fusões musicais. “Muntchako” ostenta na capa, do artista plástico paraibano Shiko, o desenho de uma figura mascarada, caracterizada para a mexicana “lucha libre”, empunhando uma aparelhagem de som portátil.

“Representa a luta diária, a vida de músico e os golpes que precisamos dar para sair da zona de conforto. E ainda foi uma incrível coincidência estarmos passando por esse momento político tenebroso”, deplora Rodrigo.

fonte da imagem: http://bit.ly/2yrrNmV


Não por acaso, a faixa inicial tem o sugestivo título de “Golpe”, num galope eletrônico frenético, filiada ao kuduro, ponteado por banjo e bongôs. Virou clipe, dirigido por André Miranda. Combinando com a atmosfera de história em quadrinhos da capa, “Soc Pow Tum” (onomatopéias utilizadas para traduzir os golpes nas lutas dos personagens) começou numa batida idealizada por Macaxeira e transformou-se numa fusão de guaguancó cubano e afrobeat, gênero patenteado pelo nigeriano Fela Kuti. Há ainda ska latino com refrão em portunhol, em “Coqueirinho verde (ao vento a bailar”), o funk afro “Emojubá”, de ritmo convulsivo e a divertida “Vitamina central” que entre guitarradas acolhe uma voz robótica repetindo o velho refrão de Braguinha, de 1938, “Yes nós temos bananas”. Por sua vez, “Cardume de volume” engata tango no pancadão funk carioca, estrelado pela expoente do ramo, Deise Tigrona: “O cara na esquina tá pirando o cabeção/ as mina perdendo a linha na rua, rebola a bundinha/ isso só acontece quando ouvimos batidão”. 


Fonte da imagem: http://bit.ly/2AguPI2 



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