Supersônicas

Augusto Martins canta Tom Jobim

por Tárik de Souza

sexta, 15 de setembro de 2017

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Credenciado pelos intensos tributos anteriores, “Augusto Martins canta Djavan” (2002), “Violão, voz e Zé Kéti” (2013), em parceria com o violonista Marcel Powell e “Ismael Silva, uma escola de samba”, em duo com o violonista, cantor e compositor Claudio Jorge, o cantor carioca Augusto Martins celebra os 90 anos do ilustríssimo conterrâneo, em “Piano, voz e Jobim” (Mills).

O parceiro da nova e espinhosa jornada – até pelo grande número de tributos à obra do maestro soberano - é o pianista e arranjador Paulo Malaguti Pauleira (Arranco de Varsóvia, Céu da Boca). O desafio enorme é enfrentado com garbo e elegância, embora sem um plano de vôo estético estrito, dentro do oceano musical de Tom Jobim.

Do samba modernizado (“O morro não tem vez”, “O grande amor”), ao afro samba precursor, crivado de scats (“Água de beber”). Da valsa jazz, em compasso 6/8, “Chovendo na roseira” às suas estimadas “valsas francesas”, “Eu te amo” e “Luiza”, degustadas com minúcias pelo intérprete que sabe valorizar intervalos e silêncios. A decantada “batida da bossa nova” não entrou no disco, nem mesmo no clássico “Insensatez”, em releitura mais reflexiva, tal como “Se todos fosse iguais a você”, despida de sua epifania intrínseca.

Em suma, em parcerias com Vinicius de Moraes, Chico Buarque, Dolores Duran e Aloysio de Oliveira, predomina na seleção, entre tantos, o Tom Jobim amoroso, dolorido, afetivo (“Sem você”, “Retrato em branco e preto”, “Derradeira primavera”, “Sabiá”, “Demais”). O discípulo jobiniano Ivan Lins, não por caso, participa de outro emblema, “O amor em paz”.

O disco vai virar concerto na apropriada Sala Cecília Meirelles carioca, dia 28 de setembro


Fonte da Imagem: http://bit.ly/2y4fb0n, http://bit.ly/2y4AcZ2 

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