Supersônicas

Baden por Marcel

CD "Só Baden"

Quinta, 2 de fevereiro de 2017

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Um dos maiores violonistas do mundo em qualquer época, Baden Powell de Aquino (1937-2000) era um poliglota estético. Seu instrumento ultravirtuose ia do erudito mais cabeçudo ao choro cristalino e o samba arrasta povo. 

Foi também um compositor de várias linguagens. Seu filho Marcel Powell o reverencia com o extraordinário talento herdado e mais caligrafia própria, construída a custa de muito estudo, no CD “Só Baden” (Fina Flor). Produtor do disco e dono do selo, Ruy Quaresma rebobina no texto do encarte seu encontro com o mestre escola. 

“Em 1970, Baden Powell fazia uma temporada no Teatro da Praia, em Copacabana e usava três violões com afinações diferentes para tocar determinados números. Logo nos primeiros dias, um dos violões teve um problema e, como o conserto demoraria, precisei emprestar um Segóvia meu, para quebrar o galho. Por conta disso, passei a ter livre acesso ao teatro e, nada bobo, assisti a todos os shows da temporada, procurando beber o máximo possível daquela fonte. Era uma aula por dia”

No CD de Marcel, do Baden mais lírico (“Samba em prelúdio”, “Violão vadio”, “Apelo”, “Tempo feliz”) ao mais intenso e suingado (“Samba triste”, “O astronauta”) cada faixa tem atmosfera e recorte próprios, submetidas a recriações meticulosas e inovadoras. 

Outros ases instrumentais se entrelaçam com as cordas do solista: Hamilton de Holanda (bandolim de 10) em “Samba novo”, Gilson Peranzetta (piano) em “Só por amor”, Daniel Migliavacca (bandolim de 8) em “Vou deitar e rolar”, e Victor Biglione (violão de aço) em “Canto de Ossanha”.

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