Supersônicas

Banda Maglore tempera leveza com sarcasmo em “Todas as bandeiras”

por Tárik de Souza

sexta, 05 de janeiro de 2018

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Quarto disco da banda baiana Maglore, “Todas as bandeiras” (Deck), produção de Rafael Ramos e Leonardo Marques, foi gestado num sítio no Pico do Jaraguá, em São Paulo. De trio, liderado pelo cantor, guitarrista e compositor de quase todas as faixas Teago Oliveira, o grupo virou quarteto, integrado ainda por Lelo Brandão (guitarra), Felipe Dieder (bateria) e Lucas Oliveira (baixo).

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O Maglore faz um pop/rock ilusoriamente leve, com eventuais cadencias rítmicas próximas ao samba, como no sarcástico “Eu consegui” ("perder meu grande amor/ não faz mal/ a solidão é um clássico/ fui eu mesmo que me destruí/ apontei a faca pro avesso”). Tem mais samba e incompatibilidade de gênios em “Jogue tudo fora”: “embrulhei pra viagem/ 5 quilo de roupa e 30 de coragem/ dediquei minha tarde/ à pesquisa de imóveis no centro da cidade/ mas já decidi, sem discussão/ você estragou, eu permiti/ salgou demais nosso pirão/ agora fique aí/ porque eu vou me mudar/ pode ficar com as coisas/ ou jogue tudo fora”. Com ele contrasta o rock exasperado “Hoje eu vou sair” (“essa armadura não me cabe mais/ já foi bem mais forte que cocaína/ já abriu ferida no mesmo lugar”) ou o acelerado “Valeu, valeu”, que fecha o cortejo (com uma coda instrumental onírica) em clima de volta por cima das cicatrizes amorosas do enredo: “É sair pra ver o sol de manhã/ entender que o que não volta já foi”. Digitais renovadas no rock nativo.

Fonte da imagem: https://goo.gl/rtrzKf 

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