Bossa Nova: O Princípio da Evolução ou Fase Pré-Bossa Nova
Capítulo 4 da série especial BOSSA NOVA
Cantores como Dick Farney e Lúcio Alves sofreram influências de Bing Crosby, Russ Columbo e mais tarde Sinatra, com suas interpretações e, no entanto, nos deram “Copacabana”, “Alguém Como Tu”, “Valsa de Uma Cidade” e “Sábado em Copacabana” de compositores como João de Barro, Alberto Ribeiro, José Maria de Abreu, Ismael Netto, Caymmi e outros.
Cantoras como Dolores Duran e Doris Monteiro, de Dinah Shore, Peggy Lee, etc. No entanto Dolores Duran, que se chamou “Duran” por ser cantora de boleros, passou a ser uma das maiores intérpretes da nossa música, e nos deixou, como compositora, músicas que ficarão para sempre. Já em 1953, Tom Jobim e Billy Blanco nos ofereciam a “Sinfonia do Rio de Janeiro”, um trabalho audacioso que já revelara o caminho da Bossa Nova.
Tudo isso já marcava principalmente, a transformação do estilo interpretativo da nossa música. Cantar “baixinho” sem os “dó de peito”, e sem as manifestações da voz empostada, emitindo a voz sem esforço, procurando “dizer” a letra de modo suave e agradável, foram as tendências desta fase, que poderíamos chamar de Pré-Bossa Nova. Vamos chamá-la assim somente para uma orientação cronológica, visto que teoricamente, é errado usar esse termo.
Para se dizer “Fase Pré-Bossa Nova” teríamos que estabelecer exatamente a data em que a Bossa Nova nasceu. O que seria impossível porquanto a Bossa Nova não nasceu em nenhuma data específica; ela “surgiu” de uma evolução que vinha de longo tempo.
Muita coisa apareceu durante essa fase.
Muita gente participou dela.
Muita gente colaborou para o seu caminho definitivo.
O “Clube da Chave” e a “Boite Plaza” eram os pontos de encontro dessa moçada que sentia a necessidade de expressar essa nova modalidade de fazer e interpretar a música popular: Tom Jobim, Johnny Alf, Dolores Duran, João Donato, Billy Blanco, Luíz Eça e Sylvia Telles (esses 2 últimos, se escondiam no “toilete” por serem menores de idade, quando acontecia o comparecimento do fiscal).
Seria difícil, senão impossível, dar o devido crédito a cada um, de sua participação direta ou indireta nesse movimento, que viria a ser um dos mais importantes da nossa música. Nem eles mesmos, sabiam o que estava acontecendo.
Capítulo 1 - Bossa Nova: Antes, uma conversa necessária
Capítulo 2 - Bossa Nova: O Ritmo, a Melodia, a Letra
Capítulo 3 - Bossa Nova: A Interpretação, a Harmonia e as Influências
Capítulo 4 - Bossa Nova: O Princípio da Evolução ou Fase Pré-Bossa Nova (lendo agora)
Capítulo 5 - Bossa Nova: Chegava eu no Rio depois de 18 anos de ausência
Capítulo 6 - Bossa Nova: Os Compositores, os Intérpretes, os Trios e os Conjuntos
Capítulo 7 - Bossa Nova: A Exportação
Comentários