Supersônicas

Chico César em Estado de Poesia

por Tárik de Souza

quinta, 03 de agosto de 2017

Compartilhar:

Gravado dia 17 de setembro de 2016, no teatro Boa Vista, no Recife, o DVD/CD “Estado de poesia – ao vivo” (Deck/Canal Brasil/Chita Discos) desvela Chico Cesar, num momento luminoso. Empunhando guitarra e violão, acompanhado por uma banda de sonoridade poderosa, com Helinho Medeiros (teclados), Xisto Medeiros (baixo), Gledson Meira (bateria), Simone Soul (percussão) e Oleg Fateev (acordeon), o compositor e cantor paraibano de Catolé do Rocha vadeia entre gêneros e climas com naturalidade.

Do reggae (“Palavra mágica”) ao rhythm & blues (“Autopistas”) e o galope (“Alberto”, dedicado ao pai da aviação, Santos Dumont). Promove ainda pequenas fusões entre composições suas e alheias, sem cristalizar pot-pourris, como “Atravessa-me” e “Zazueira” (de Jorge Benjor), “Guru” e “Juazeiro” (Luiz Gonzaga/Humberto Teixeira), “Miaêro” e “Espumas ao vento” (Accioly Neto), “Mama África” e “Pra não dizer que não falei de flores” (Geraldo Vandré). O pungente samba estilo Adoniran Barbosa “No Sumaré”, que relata uma remoção de povo de rua, deságua em “Pra não morrer de tristeza”, do pernambucano João Silva (com K-boclinho), biografado no recente documentário “Danado de bom”.

A parceria de Chico com Torquato Neto “Quero viver” é associada a “Besta é tu”, samba festeiro dos Novos Baianos. E a longa diatribe “Reis do agronegócio”, escrita com Carlos Rennó, escancara a face agrotóxica da cultura massiva da terra, edulcorada nos anúncios de TV.



Fonte das Imagens: http://bit.ly/2u4gefxhttp://bit.ly/2v28rQB 

Comentários

Divulgue seu lançamento