Supersônicas

De pé na proa

CD solo de Alexandre Ribeiro

Quinta, 2 de fevereiro de 2017

Compartilhar:

Embora seu nome ainda não esteja carimbado entre os grandes inventores do instrumental Brasil, o paulista de São Simão, Alexandre Ribeiro, filia-se à corrente dos mais notáveis clarinetistas brasileiros, de Severino Araujo e Paulo Moura a K-Ximbinho, Abel Ferreira, Luiz Americano e Nailor Proveta

Ele já dividiu o palco com ases de várias latitudes, como Dominguinhos, Guinga, Eduardo Gudin, Tom Zé, Ed Motta, Jair Rodrigues, Elton Medeiros, Riachão, Aldir Blanc, Jane Duboc, Tulipa Ruiz e D. Ivone Lara, para citar apenas alguns. Já entrou em estúdio ao lado de Teresa Cristina, Laércio de Freitas, Dona Inah, Fabiana Cozza, Quinteto em Branco e Preto, Paulo Freire, Conjunto Época de Ouro, Paulo Cesar Pinheiro e principalmente o violonista Alessandro Penezzi, com quem gravou os poderosos duos “Cordas ao vento” e “Ao vivo na Bimhuis- Amsterdã”, além de shows pelo planeta. 

Participou de inúmeros festivais musicais lá fora e aqui, e, em 2014, lançou “Alexandre Ribeiro Quarteto”, ao lado de Gian Correa (violão 7 cordas), Henrique Araujo (cavaquinho, bandolim) e Leo Rodrigues (pandeiro). 

“De pé na proa” (Borandá) é seu audacioso vôo solo, produzido pelo múltiplo Swamy Jr., que abre logo o verbo no encarte: “músico imenso, completo, generoso e cada vez mais surpreendente. (...) Um artista de mirada larga, ousado, de uma musicalidade que vinha de muitos mundos e que queria navegar, ‘de pé na proa em outras águas’”

Em faixas autorais como “Na trilha da trilha”, “O andarilho”, “Obrigado” , “Lau e Joji”, “ClarinetPsicose”, ele põe a prova os limites de seu instrumento. Eles são dilatados em “Ranquei”, “grooves feitos com sons de chaves, palhetas raspadas e quebradas, barulho da campana do clarone, loops, delays e synths”

Em “Chalumô”, AR evoca o instrumento que deu origem ao clarinete. “Não tem chaves, mas toca-se com boquilha e palheta, muito simples e ‘ruts’, igualzim esse xaxado”, ironiza. Por sua vez, “De fianco” é definida por ele como uma peça inspirada no universo da música contemporânea “que passou por mim assim, ‘de fianco’”, inova. “De pé na proa” é um manifesto para quem despreza monotonia.

Divulgue seu lançamento