Supersônicas

Descendente de japoneses, Kinjo pratica a MPB diaspórica

quinta, 01 de março de 2018

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Paulistano nascido em 1984, Vitoru Kinjo cantava música japonesa na infância e começou a aprender piano aos sete anos, depois passou ao violão e canto. Bacharel em Ciências Sociais pela PUC-SP e em Economia pela USP, ele é mestre em Sociologia e doutor em Ciências Sociais pela UNICAMP, onde defendeu a tese “Cantos da Memória Diaspórica”. De certa forma, este conceito espraia-se por seu disco de estréia, “Kinjo” (Matraca/ YBMusic), que vai do poeta beatnik americano Allen Ginsberg (“Come poet”, única faixa em inglês do disco) ao ritualístico “Canto para Yemayá”, que remeteria ao estilo afro dos Tincoãs, não fosse rasurado por um tropel de ruídos e estranhamentos.

Em entrevista a Revista Arte Brasileira, Kinjo definiu sua música como “além de brasileira, japonesa diaspórica, ou mais especificamente uchinanchu, o povo indígena de Okinawa, antigo reino de Ryukyu, de onde vêm meus avós”.

Calcada no pandeiro, com sobrevoos de clarinete, o imagético choro “Idílio” é uma das raras faixas de ritmo único. Nas demais, reina o hibridismo, com misturas de baião, maracatu, xaxado, rock balada e ciranda, no caso, “Canto da manhã”, com participação vocal de Lenna Bahule. Composta por Kinjo pouco depois de ir morar na Mata Atlântica, em Samauna, entre Mogi das Cruzes e Bertioga, em São Paulo, “Permissão” vale por uma profissão de fé: “Abrir o coração da gente/ corpo, condição e a mente/ a semente do presente/ ser pintor, cantor, valente”. 


Fonte da imagem: Yoconciertos.com | Fotografia de Paola Vianna


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