Música

Duetos inéditos de Gal Costa com Seu Jorge e Zé Ibarra ganham as plataformas digitais

domingo, 06 de dezembro de 2020

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Na última sexta-feira (27/11) mais dois singles do novo álbum de Gal Costa ganham as plataformas digitais, dando sequência ao projeto de lançá-los aos pares até a edição dos formatos físicos, em fevereiro de 2021, pela gravadora Biscoito Fino.

Depois de Rodrigo Amarante e Zeca Veloso, os dois próximos singles trazem as colaborações de Seu Jorge e Zé Ibarra, em canções de Caetano Veloso e Luiz Melodia.

O projeto, que tem o título provisório de “Gal 75”, traz dez artistas, de diferentes gerações, relendo clássicos gravados por Gal ao longo de seus 55 anos de carreira fonográfica. 

“Juventude Transviada”, clássico do repertório de Luiz Melodia lançado no álbum “Gal Tropical” (1979), ganha dueto com Seu Jorge, voz que Gal Costa admira desde sempre e com quem inaugura parceria. "No momento em que decidimos ter essa canção no projeto, pensamos que seria fundamental convidar um artista que tivesse um entendimento profundo não apenas da obra, mas também da persona de Luiz Melodia. A imagem de Seu Jorge surgiu imediatamente em nossas cabeças. Mesmo antes de lembrarmos dos dois em 'Casa de Areia', o filme de Andrucha Waddington, em que Seu Jorge e Melodia interpretaram o mesmo personagem, em idades diferentes. Tudo fez mais sentido", conta Marcus Preto, idealizador do projeto. "Seu Jorge gravou a voz e o violão em seu estúdio, em São Paulo, sem que Gal soubesse ainda dos detalhes do arranjo. Quando ouviu a base pronta, duas semanas depois, a cantora ficou completamente hipnotizada com os graves de seu convidado, soando duas oitavas abaixo da voz dela na primeira parte da canção. Seu Jorge traz Melodia sem jamais tentar se parecer com ele, isso é genial."

Com Zé Ibarra, Gal regrava “Meu Bem Meu Mal”, de Caetano, originalmente incluída em “Fantasia” (1981). Filho de mãe chilena e pai carioca de origem baiana, Ibarra é vocalista, tecladista e um dos compositores da banda Dônica. Pela voz de Zé Ibarra, Gal se apaixonou quando o ouviu ao lado de Milton Nascimento no show da turnê “Clube da Esquina” (2019), no qual cantava com Bituca em boa parte das canções. Ibarra assume o piano da gravação que co-produziu com Felipe Pacheco Ventura e Marcus Preto.

Marcus Preto conta: "Quando dois artistas fazem um dueto, é preciso que ambos estejam confortáveis com o tom. Em alguns casos, quando a mesma tonalidade não serve pra os dois, é preciso criar modulações (trocas de tons no meio da música) dentro do arranjo. A faixa do Zé Ibarra tinha disso. Mas uma coisa inesperada aconteceu. Quando abrimos a sessão pra gravar a voz de Gal, Zé já tinha colocado sua voz definitiva na parte mais grave. E deixou uma voz guia aguda pra que entendêssemos os encaixes que imaginava (o piano foi tocado por ele). Gal gravou a parte aguda no mesmo tom que canta em shows, e ficou lindíssima, como sempre fica. No final, pedi que ela fizesse, de brincadeira, também a voz mais grave. De cara, Gal achou que não ficaria bom, mas insisti. Pronto. Foi uma choradeira instantânea no estúdio assim que ela começou a gravar. Logo no primeiro take, ficou decidido: vamos inverter as vozes. Zé topou que sua guia fosse elevada a voz definitiva, misturando-se com a de Gal ao ponto de quase se confundirem", pontua. "Essa experiência explicitou o que há de mais profundo nesse novo trabalho: a influência monumental de Gal Costa não apenas entre as cantoras, mas também no canto masculino da música popular brasileira. Mãe de todas as vozes, homens e mulheres", conclui.

Por terem sido produzidas em meio à pandemia, as dez faixas de “Gal 75” foram gravadas em seis cidades: Rio de Janeiro, São Paulo, Lisboa, Madri, Los Angeles e Vitória.

Ouça agora o single "Juventude Transviada"

Ouça agora o single "Meu Bem, Meu Mal"

Encaminhado por: Biscoito Fino

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