Música

Flávio Renegado e Orquestra Ouro Preto apresentam 'Suíte Masai'

O álbum marca o encontro entre o rap e a música erudita

quarta, 07 de agosto de 2019

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Com arranjos de Marcelo Ramos e regência do maestro Rodrigo Toffolo, registro ao vivo reúne 15 faixas, sendo doze composições de Renegado, que também assina a produção musical, e três regravações de Clube da Esquina, Moacir Santos e Vander Lee.

Flávio Renegado e Orquestra Ouro Preto brindam fãs e recém-chegados com conexões preciosas entre o erudito e o popular, música negra e europeia, sonoridades africanas, brasileiras e caribenhas. Em uma jornada musical que parte da periferia de Belo Horizonte, desbrava as ancestralidades do Quênia e regressa com orquestração impecável, assinada por Marcelo Ramos e regida por Rodrigo Toffolo.

Ouça agora o disco (clique aqui)!


“Os guerreiros mais fortes da tribo não são escolhidos de maneira violenta, mas sim entre aqueles que saltam mais alto.” Esta foi apenas uma das descobertas de Flávio Renegado durante suas pesquisas sobre a nação tribal Masai, que ocupa boa parte do território do Quênia. E estas buscas sobre ancestralidades, vivências e aprendizados do continente-mãe que inspiraram Flávio Renegado a se unir à Orquestra Ouro Preto na produção de "Suíte Masai", o quarto álbum do artista mineiro, que chegou este mês nas plataformas digitais.

Assim como os lideres Masai, o salto de Flávio Renegado e Orquestra Ouro Preto não foi pequeno. A gravação de Suíte Massai reuniu 35 músicos, entre componentes da banda do rapper e membros da orquestra. Além de dezenas de profissionais envolvidos na produção do espetáculo realizado em 04 de agosto de 2018, na comunidade do Alto Vera Cruz, onde Renegado nasceu e hoje mantém seu projeto social Arebeldia, em Belo Horizonte.

Acostumado a navegar por diferentes sonoridades, o inquieto Flávio Renegado enxerga com naturalidade a parceria inédita com uma orquestra.

“A troca das batidas eletrônicas por uma orquestra foi um caminho natural para minha música. Do rap ao rock, passando pelo eletrônico, já toco há muito tempo com uma banda. E agora vejo a conexão com a música erudita como um ponto alto de uma trajetória. Especialmente com uma orquestra como a Ouro Preto. Foi muito especial encontrar um grupo de músicos eruditos dispostos a colaborar com a musica popular de maneira aberta, generosa e verdadeira”.

Antigos sucessos de Renegado e homenagens a ícones da música brasileira ganham arranjos inéditos:

A harmonia destes encontros fica muito evidente já na segunda faixa, “Conexão Alto Vera Cruz Havana” (Flávio Renegado e Gil Amâncio). A canção, uma espécie de abre alas após abertura instrumental, nos faz pensar que os versos potentes de Flávio e a orquestração da Ouro Preto passaram tempo demais sem se conhecer.

Para nossa sorte, este “tempo perdido” é recompensado com outras 13 canções que escancaram uma alquimia preciosa entre a poesia urbana de Renegado e a batuta de Rodrigo Toffolo. O maestro reforça o caráter democrático que a união do rap com música erudita pode representar.

"A Orquestra Ouro Preto foi criada tendo como referência dois conceitos principais: excelência e versatilidade. A excelência é pautada na formação da Orquestra e também na difusão de um repertório tradicional da música de concerto universal, incluindo aí compositores como Bach, Beethoven, Villa-Lobos, e outros grandes nomes da música dita clássica. Por outro lado, a Orquestra também trabalha o conceito de versatilidade e diversidade, buscando aproximar a música erudita à música popular. Por isso, a Suíte Masai se encaixa perfeitamente dentro de nossa proposta. É uma alegria enorme ser co-responsável por uma obra que transcende fronteiras, não só entre continentes e idiomas, mas entre culturas”.

O álbum avança pela regravação de “Minha Tribo é o Mundo”, cujo título não deixa dúvidas sobre a intenção de Renegado em navegar por sonoridades, batidas, saudações, gritos de guerra, bailes e celebrações daqui e de além-mar. Em seguida, é a vez de homenagear um dos mestres da música negra brasileira. “Maracatu, Nação do Amor”, de Moacir Santos e Nei Lopes, ganha versão inédita cheia de lirismo e suingue. 

“Do Oiapoque a Nova York”, “Coisa é Séria”, “Sei Quem Tá Comigo” e “Vera” faixas do álbum de estreia de Renegado, lançado em 2008, reforçam a contemporaneidade da obra do artista. Após mais de 10 anos, seguem atuais como nunca, agora com arranjos ainda mais impecáveis. 

Flávio e Orquestra Ouro Preto prestam reverência os fãs do rapper com os sucessos “Sai Fora”, lançada em 2011, e “Black Star”, “Rotina” e “Sobre Peixes e Você”, que ganharam o país com o lançamento do álbum “Outono Selvagem”, em 2016.

Em meio aos hits de Renegado, conduzidos pelo cantor, a Orquestra Ouro Preto e com auxílio luxuoso do público, espaço reservado para mais uma homenagem, com “Românticos” de Vander Lee.

O gran finale, que emocionou músicos e plateia, foi a interpretação do clássico atemporal da MPB “Para Lennon e McCartney”, assinada pelos conterrâneos do Clube da Esquina, Márcio Borges, Lô Borges e Fernando Brant.

“Hoje me vejo mais maduro, tanto na minha música quanto na vida. Gravar este álbum foi trabalhoso, especial, mas não difícil. Sinto que botamos pra fora algo que estava para ser dito há bastante tempo”, aponta Flávio.

“Clube da Esquina, Moacir Santos e Vander Lee fazem parte não só da minha formação musical e profissional, mas também afetiva e de identificação identitária. Com o Suíte Masai, encontrei no Maestro Rodrigo Toffolo mais do que um amigo, um grande parceiro musical. Brincamos que, a partir de agora, ele é o meu DJ, temos vontade de ir até o Quênia apresentar a música que eles nos inspiraram a criar. E agradecer a união entre #omanoeomaestro também em território africano”, conclui Flávio Renegado.  

A Suíte Masai é uma realização da Casulo Cultura em parceria com a Orquestra Ouro Preto. O projeto tem direção artística e de produção de Danusa Carvalho. 

Sobre Flávio Renegado:

Nascido e criado na comunidade do Alto Vera Cruz, em Belo Horizonte, Flávio Renegado enxergou na música um caminho que o faria voar alto. Ainda adolescente, fez as primeiras rimas influenciado por Racionais MC's e outros nomes do rap. Aos poucos, desenvolveu uma carreira com personalidade, na qual mistura as rimas a outras referências musicais.


Em 2008, lançou o disco de estreia Do Oiapoque a Nova York, trabalho que o levou para shows na Europa, Oceania e todas as Américas. A conclusão deste ciclo foi em um show memorável no Central Park, em Nova York. O sucessor Minha Tribo É o Mundo (2011) trouxe uma sonoridade mais urbana, influenciada pela multiplicidade dos movimentos sonoros contemporâneos.

Ele rodou o país e participou de relevantes festivais, como o Back2Black e o Rock in Rio, com a apresentação do trabalho. Renegado concluiu a primeira etapa da carreira com o lançamento do CD e DVD Suave ao Vivo (2014), que teve direção musical de Liminha e Kassin, além da direção artística de Gringo Cardia. Um dos destaques da obra foi a canção “Na Palta da Mão”, que havia sido gravada por Bebel Gilberto no ano anterior com participação de Renegado.

Em 2015, o artista lançou um EP. Relatos de um Conflito Particular traz como tema os sete pecados capitais ilustrados em sete faixas. A produção musical é do próprio e conta com participações de Alexandre Carlo (Natiruts) e Samuel Rosa (Skank), além de 2 clipes: Só Mais Um Dia, com formato 360º e Redenção, ambos com direção de Erich Batista e Flávio Renegado.

Instigado pela repercussão do EP sobre os sete pecados, Renegado emerge em seus conflitos pessoais e compõe outras sete músicas relacionadas às virtudes, contando a própria história. Assim nasceu Outono Selvagem (Som Livre), reunindo as canções do EP e as inéditas num mesmo álbum com 14 canções.

Sobre a Orquestra Ouro Preto:

Criada em 2000 e prestes a completar 20 anos de história, a Orquestra Ouro Preto vem se destacando por sua excelência e versatilidade. Com oito trabalhos lançados, turnês nacionais, internacionais, a Orquestra fundamenta seu trabalho na pesquisa e execução de repertório diversificado em gênero e época. Sob a regência do maestro Rodrigo Toffolo, o grupo propõe um trabalho diferenciado, colhendo frutos e colecionando momentos marcantes, como a indicação ao Grammy Latino e a conquista do Prêmio da Música Brasileira.


Transitando entre o erudito e popular, a OOP busca explorar a música pelo caminho da universalidade, com base nos grandes clássicos da música erudita e no desenvolvimento de repertório inédito e experimental. “Excelência e versatilidade são duas palavras que fazem parte do DNA da Orquestra Ouro Preto. Fazer música é entendê-la em sua amplitude. Clássicos são clássicos em qualquer linguagem artística. Seja na música, na literatura ou no teatro, os clássicos fundamentam nosso pensamento. Precisam e merecem ser tocados, sempre. No entanto é necessário, cada vez mais, criar meios pelos quais as pessoas tenham acesso a esse universo”, atenta Rodrigo Toffolo, que além de maestro, é diretor artístico da OOP.


Encaminhado por: Assessoria de Imprensa Joca Vidal
Fonte da imagem: foto Iris Zanetti | Arte de Luiz Matuto

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