Supersônicas

Guinga media popular e erudito em CD com o Quarteto Carlos Gomes

por Tárik de Souza

quarta, 06 de setembro de 2017

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Aluno de violão dos mestres Jodacil Damaceno e João Pedro Borges, o carioca Guinga, formou seu privilegiado ouvido musical também nas ondas do rádio. Sua arquitetura autoral ainda bebeu em Villa-Lobos (“Suíte Casa de Villa”), a mesma matriz dos pais da bossa, a quem homenageia em “Tom e Vinicius”.

Tais pérolas emolduram o CD “Avenida Atlântica - Guinga + Quarteto Carlos Gomes” (Selo SESC), prefaciado pelo erudito Turíbio Santos, expert em Villa-Lobos: “Redundância: dizer que Guinga é um dos maiores compositores da música brasileira. Importância: constatar que sua música é traço de união entre as linguagens popular e clássica no Brasil”. Turíbio relata um encontro informal de sumidades do violão, de que participou, promovido pelo virtuose Raphael Rabello, ao lado de Guinga e do espanhol Paco de Lucia, infelizmente não registrado em disco.

Direção musical e arranjo de Paulo Aragão, do Maogani, o encontro de Guinga e o Quarteto Carlos Gomes (Claudio Cruz, 1º. violino, Adonhiran Reis, 2º violino, Gabriel Marin, viola, Alceu Reis, violoncelo) alterna faixas apenas instrumentais (“Domingo de Nazareth”, “Par constante”, e as odes “Chapliniana” e “Pucciniana”) com outras adornadas por vocalise ou interpretação do próprio Guinga, como “Canção da Impermanência”, “Saci”, (com Paulo Cesar Pinheiro), “Odalisca”, (Aldir Blanc), “Avenida Atlântica”, (Thiago Amud) e a autobiográfica, “Meu pai”: “Descansará meu pai/ na lousa/ na Igreja de São Roque/ na esquina da Baronesa/ vagando na redondeza”. Na clave do sublime.

Dias 9 e 10 de setembro no Sesc Bom Retiro, em São Paulo.

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