Hamilton de Holanda injeta jazz no tributo a Jacob do Bandolim

De virtuose para virtuose: o bandolinista Hamilton de Holanda celebra o centenário de seu antecessor Jacob Pick Bittencourt, o Jacob do Bandolim (1918-1969), a bordo de seu sintético trio, completado por Guto Wirtti (baixo acústico) e Thiago da Serrinha (percussão).

Desde o último dia 23, (o do choro, e do nascimento de Pixinguinha), está disponível nas plataformas digitais o novo álbum do Hamilton de Holanda Trio, “Jacob 10ZZ” (Deck). O título alude ao homenageado, mais o bandolim de 10 cordas tripulado por Hamilton e o parentesco entre o choro e o jazz.

“Procurei um título com poucas letras e um som direto que pudesse dar significado à concepção desse trabalho. É o choro do Jacob com uma pitada de jazz. Não necessariamente todas as faixas são nesse gênero, mas tem essa maneira de tocar, que utiliza muito a improvisação e solos criados no momento da gravação”, descreve Hamilton.

Com seu trio, ele ganhou o Grammy Latino de “melhor disco de música instrumental”, por “Samba de Chico”, de 2016, e o projeto Jacob deve originar outros discos a serem lançados num box.

Das 12 faixas, gravadas no estúdio Tambor, no Rio, dez tem a assinatura do homenageado, entre temas líricos e acendradas como “Remelexo”, “Assanhado”, “Mágoas”, “Alvorada”. Das duas de outros autores, uma é “Naquela mesa”, que o filho, o jornalista e compositor Sergio Bittencourt fez para homenagear o pai, e Hamilton reinterpreta inspirado no estilo de jazz manouche do cigano Django Reinhardt. A outra, “Serenata Jacarepaguá”, é do próprio Hamilton.

“Foi feita no estúdio na hora da gravação, uma forma de agradecer ao Jacob. Acho que a composição é a maneira do autor expressar o que tem de mais profundo na sua alma. O nome é uma referência ao bairro onde ele morou muito tempo. Nela, eu mostro, além da minha inspiração, o meu olhar e também o meu caminho também através da música”, decupa ele.

O disco também terá edição especial em vinil.