Supersônicas

Lucina espraia em parcerias seu “Canto de árvore”

por Tárik de Souza

terça, 15 de agosto de 2017

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Mato-grossense radicada no Rio, Lucina que formou duo com Luhli (autoras de “Bandoleiro”, “Coração aprisionado”, “Bugre”, “Napoleão”), pioneira dos discos independentes nos alternativos anos 70, no recém lançado “Canto de árvore” (também independente) abre seu leque autoral a novos parceiros e latitudes musicais.

Vai do Amapá, de Paulo Bastos (irmão da cantora Patrícia Bastos), com quem desfia “Alma de cantadeira”, crivada de termos saborosos como “tuíra”, “encafuei”, “tucumanzeiro”, ao paranaense, de Ponta Grossa, Zé Renato Fressato, de “Vice-versa” (“sob o sol da paixão, arrepio/ sem as asas da dor, eu decolo/ com as asas do amor, aterrisso”). A parceria com o poeta de São Paulo, arrudA (que se assina assim) resultou na faixa título.

Ela deu a partida no projeto do disco, quando Lucina foi cantá-la num show de Peri Pane (cello e vocal), ao lado de Marcelo Dworecki (baixo cavaquinho, violão) e Otávio Ortega (acordeon e piano). O trio acabou se tornando o eixo instrumental do álbum, complementado por participações de Ney Marques (bandolim) e Décio Gioielli (percussão, incluindo o toque metálico das steel drums).

Melodista esmerada e cantora fora da mediania, Lucina realça a diversidade de abordagens dos parceiros. Da intensa “Amantes de um novo mundo” (“nos protegendo desses duros dias/ como loucos da mesma enfermaria”), com Paulinho Mendonça, às sincopas de “A dádiva divida” (“a dádiva da vida divida comigo”), com Joãozinho Gomes.

A primal parceira carioca Luhli fornece “O que ficou”, autobiografia hedonista em tom bluesy: “Foi muita droga, muita ioga, muita vertigem (...)/ foi muito sonho e som, doía de tão bom”.





Fonte da Imagem: http://bit.ly/2x0SIAR 

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