Marcos Sacramento lança Drago, seu novo álbum, em Niterói

O IMMuB conversou com o cantor em entrevista exclusiva

sábado, 08 de fevereiro de 2020

Compartilhar:

O novo CD de Marcos Sacramento, integralmente composto de músicas inéditas, todas assinadas por ele, solo ou com parceiros, chega à sua cidade natal: Niterói, no palco da Sala Nelson Pereira dos Santos, no espaço Reserva Cultural Niterói. Em "Drago", Marcos revela uma visão aguçada para o mundo que o cerca, desde a ressaca da  quarta-feira de cinzas de um carnaval onde o coração termina incinerado em "Bolero de cinzas", parceria com Marcelo Caldi, até o olhar apaixonado que contempla a beleza misteriosa do corpo moreno de um cara marroquino deitado nas areias do Mediterrâneo em "Drago", balada que dá nome ao CD,  composta com seu mais antigo parceiro, Paulo Baiano.

"(...) A ideia da distância, do desencaixe, marca de diferentes formas os versos do disco (...) sobre tudo isso, o canto de Sacramento, que domina técnica, malícia, ritmo e sensibilidade (...)", escreveu Leonardo Lichote em sua crítica para o Jornal O Globo.


O cantor divide o palco com sua banda: Luiz Flavio Alcofra, violão e direção musical; Netinho Albuquerque, percussão; Glauber Seixas, guitarras; e Leandro Vasques, baixo e vocais.

No roteiro do espetáculo estão ainda clássicos como "Cai dentro" (Baden Powell/ P.C. Pinheiro), Sertaneja (René Bittencourt) essa em versão alucinadamente roqueira e Baião da Penha (Guio de Moraes/David Nasser).


A presença explosiva e sedutora de Sacramento em cena, convida o público a uma viagem, ao mesmo tempo, reflexiva, divertida, perturbadora e contemplativa, sensações provocadas pela voz quente e poderosa desse que já é considerado um dos maiores intérpretes da Música Popular Brasileira contemporânea.

Entrevista: 

O IMMuB conversou com o cantor e compositor Marcos Sacramento sobre o novo trabalho e o prazer de tocar em Niterói. Confira logo abaixo! 

Pergunta: Como é pra você, que é de Niterói, trazer seus shows para a terrinha? 

Resposta: É sempre muito emocionante porque minha família é toda daqui! Tenho muitos amigos e fãs também em Niterói, e, afinal de contas, foi aqui que dei meus primeiros passos. Era nos quintais do Fonseca que eu pegava uma vassoura, não para varrer, mas para usar como pedestal de um microfone imaginável e cantar imitando tudo que via na TV. Jovem Guarda, Fino da Bossa e principalmente os Festivais.  Imitava tudo, cantava tudo, devorava as letras e melodias de Edu Lobo, Chico Buarque, Paulinho da Viola, Caetano...Imitava os  cantores. Fazia isso para uma plateia curiosa de meninos e meninas Fonsequenses. Por isso, cantar em Niterói hoje é sempre um turbilhão de emoções.

P.: Conte um pouco pra gente sobre o seu novo álbum, "Drago"...

R.: É um álbum só de inéditas e todas de minha autoria com vários parceiros. Foi produzido com apoio de uma campanha de crowdfunding. Assim como nos meus outros trabalhos autorais, esse é um disco de canções que contam a minha história,  revelam os segredos da minha vida cotidiana, de correr na Praça Paris até a desilusão amorosa de um Carnaval terminado na sarjeta. Mas tem muita ficção também, porque ninguém é de ferro.

P.: Você faz muitos álbuns de samba. Se considera um sambista? 

R.: Claro que não! Adoro samba, gosto de cantar samba mas é negócio de Noel Rosa, Ataulfo Alves, Assis Valente, Custódio Mesquita, esses clássicos.  Raríssimamente cantei sambas contemporâneos. Tenho uma história com minha memória afetiva (isso pra cantar samba, principalmente). Gosto de cantar o que ouvia meus pais cantarolarem,  minhas tias... É um resgate particular, pra mim, patrimônio. Mas canto de tudo.Tive uma formação de muita pluralidade, mas na adolescência só ouvia rock progressivo e Elis Regina (risos). Sou plural. 

P.: Quem tem medo de Marcos Sacramento

R.: Será? (risos) Será que têm medo dos meus vibratos?

P.: Como é ser cantor de MPB hoje no Brasil? 

R.: É matar vários leões por dia. Mas quando a gente tem prazer no que faz, mata todos e fica esperando os próximos. Tem muita gente que nem sabe o que é MPB! Mas estamos na era da Internet, do Instagram, das plataformas digitais, quase tudo é virtual, mas o show não. Ainda não somos hologramas tridimensionais de última geração. É preciso estar no palco, seja ele qual for, e fazer de verdade. A verdade da Música ainda tem muita importância. A emoção do fazer, a intensidade, produzir o som da voz ali, para o público, naquele momento único... Acho que isso é ser cantor, ser artista. É difícil,  dá trabalho, dá vontade de sumir às vezes, mas...é a coisa mais gostosa do mundo! 


SERVIÇO: 
Local: Sala Nelson Pereira dos Santos, Reserva Cultural Niterói. 
Av. Visconde do Rio Branco, 880, São Domingos, Niterói.
Data: 14 de fevereiro de 2020.
Hora: 20h
Ingressos: a partir de R$ 10,0


Encaminhado por: Mulato Bamba Produção Musical
Fotos: Daniel Boechat I Marcelo Rodolfo


Comentários

Divulgue seu lançamento