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Maurício Tapajós: saudades do Gordo

segunda, 27 de agosto de 2018

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Cantor e compositor com destacada folha de serviços prestados à música brasileira, especialmente na valorização dos artistas e na defesa dos seus direitos, Maurício Tapajós faria 75 anos em 2018; morreu muito novo, em 1995.

O Gordo, como apelidado pelos amigos, era filho do cantor, compositor, pesquisador da MPB e radialista Paulo Tapajós, irmão do ótimo compositor Paulinho Tapajós e da cantora Dorinha (uma daquelas lindas meninas que sedimentaram a estrada do Quarteto em Cy nos anos 70). Compôs em dupla com grandes letristas, como Paulo César Pinhero (Tô voltando), Aldir Blanc (Querelas do Brasil), Hermínio Bello de Carvalho (A Mangueira é lá no céu), Nei Lopes (A cidade se diverte), Cacaso (Carro de boi) e Capinam (A gente ama), entre outros parceiros e tantas outras melodias, construindo uma obra marcada pela canção de protesto e pela inspiração em temas nacionais.

Maurício, arquiteto por formação e criador por vocação, teve canções orquestradas pelo maestro Radamés Gnatalli e estudou arranjos com Ian Guest. Foi um melodista dos mais inspirados, que compunha e tocava violão com elegância e simplicidade. Sua luta pela dignidade da profissão – com a criação da gravadora Saci, de sociedades de direitos autorais como a Sombrás e a Amar, e na produção de inúmeros shows coletivos – foi sempre reconhecida pelos seus pares : no mesmo ano de sua morte foi realizado no Teatro João Caetano, no Rio, o show tributo "Amigos lembram Maurício Tapajós", com a participação de muita gente do meio musical, como o irmão Paulinho, Mu Carvalho, Chico Buarque, Paulinho da Viola, Carlinhos Vergueiro, João Nogueira, Sérgio Ricardo, Cristina Buarque, Miúcha, Os Cariocas, O Trio, Cristóvão Bastos, Zezé Gonzaga, Célia Vaz, Alaíde Costa, Moacyr Luz, Marcos Sacramento, Paulo Malaguti, Elza Maria e Amélia Rabello, entre outros.

Em sua saudade, os amigos Moacyr Luz, Luiz da Vila e Aldir Blanc compuseram uma obra-prima, que num trecho diz assim:

“Gordo, ligaram pra mim sobre a hora do enterro/Foi trote, isso tudo não passa de um erro/Me encontra com o riso de sempre no bar...”

Maurício Tapajós é um nome para ser sempre lembrado e admirado.


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