Supersônicas

Mestre Borel e a cultura afro do Rio Grande do Sul pelo grupo Alabê Ôni

sexta, 23 de março de 2018

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Principal babalorixá e referência do Batuque de Nação Oyó Idjexá no sul do país, pesquisador da cultura afro, escritor e alabê (tocador de tambor), Walter Calixto Ferreira, o Mestre Borel, era fluente em iorubá e faleceu em 2011, aos 102 anos.

O precioso CD “O berço do batuque no Rio Grande do Sul” (Sete Sóis) reverencia Mestre Borel através dos toques e cantos da nação Oyó-Idjexá pelo grupo Alabê Ôni. Ele é integrado pelo herdeiro do mestre griô (portador da cultura ancestral transmitida as gerações seguintes), Pingo do Borel, Mimmo Ferreira, Tuti Rodrigues e Richard Serraria. No repertório 13 belos cantos com coro, pesquisados no acervo do Mestre e entoados em iorubá arcaico.

Os toques foram recriados por Pingo Borel, griô e alabê de segunda geração. As letras são recriações poéticas de Richard Serraria, a partir da tradução do iorubá. Os cantos escolhidos representam a força de cada orishá, de Ossãin (“o médico conhecedor de todas as ervas e plantas”), Iansã (“dona dos redemoinhos, raios, ventos, tempestades, guerreira de sexualidade a flor da pele”), e Ogún (“Senhor da guerra, dono do fero e transformação, pai das artes manuais”), a Iemandjá (“mãe de todos os orishás, rainha das águas e dos mares, quem avisa aos navegantes, pois é protetora da vida marinha”) e Oshalá (“Orishá Supremo, Primeiro griô, o pai mais velho dos orishás, o criador, o sábio, o misericordioso”).

Marcelo Delacroix atuou na orientação vocal da gravação do grupo Alabê Ôni, que contou com a participação das cantoras Simone Rasslan, Andréa Cavalheiro, Auristela Mello Ferreira e Stephanie Soeiro da Silva. O disco foi vencedor do 4º. Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro Brasileiras na categoria Música-Preservação.  


Fonte da imagem: O Berço do Batuque, Luiz Muller | Arte do Projeto Berço do Batuque RS – Mestre Borel (Divulgação)

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