Montarroyos estréia entre o coloquial e a seresta
Pernambucano de 21 anos, conhecido a partir do programa The Voice Brasil, onde sagrou-se vice campeão interpretando os clássicos “Carinhoso” e “Força estranha”, Ayrton Montarroyos estréia em CD com seu nome, produzido por Thiago Marques Luiz.
Voz delicada entre o coloquial e o seresteiro pop, em “Ayrton Montarroyos” (Independente), ele subverte a expectativa de alguns temas como o pagode “Alto lá” (Zeca Pagodinho/ Arlindo Cruz/ Sombrinha), em levada de tango de cabaré, sob arranjo do craque Arthur Verocai.
Os glissandos da harpista Cristina Braga tingem a versão ritmicamente desidratada de “Que sejas bem feliz”, de Cartola. “Não me arrependo”, de Caetano Veloso, ganha em dramaticidade com o jogo de intensidades e oscilante dinâmica da gravação, mais o piano virtuose do jovem erudito pernambucano Vitor Araujo.
Lançada por Pery Ribeiro e Alaíde Costa, sucesso na voz de Emilio Santiago, “Diariamente” (Paulo Cesar Girão/ Gerson) torna-se epitelial na releitura de Ayrton, que ganhou de Zeca Baleiro a inédita “À porta do edifício”, rendilhada por bandolim num clima de enlevo desiludido: “automóveis como feras vociferam, gritam, rugem/ e eu me sinto tão sozinho quanto triste/ se a alegria existe mora longe”.
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