Na Folia da Garoa, Quem são os Donos da Festa?
Foto: Mocidade Alegre e o público - Créditos: Dayse Pacifico - Sintonia de Bambas
São Paulo abriu as cortinas para o novo, neste cenário cinza e asfalto, a cidade se coloriu e recebeu a festa mais aclamada do planeta. Nesta infinidade de folia, nos vestimos de alegria para brincar o carnaval. Como se fosse um grande livro de histórias, as escolas de samba nos apresentaram contos para a eternidade.
Nas ruas, a eletricidade e a efervescência dos blocos carnavalescos tomaram conta da cidade, um mar de gente pôde se divertir em temperaturas que beiravam os 40 graus. Mas nosso olhar carinhoso vai para o desfile das escolas de samba, não tem como não admirar um fenômeno que engloba tantas pessoas de classes sociais diversas.
Uma construção repleta de camadas onde não se existe feio ou belo, apenas a entrega e o prazer de transformar este momento em algo único. Em um universo instagramável, entre tantos clicks e fotos, entre milhares de momentos viralizados nas redes sociais, ainda existe espaço para a exuberância das alegorias, o sorriso cativante da mulata, abrindo alas para um silencioso e tímido pierro que ainda não se adaptou a este novo cenário?
Entre flashes, em uma passarela a meia luz para exaltar a colorização das agremiações, Quatorze Escolas do Grupo Especial arrebataram o público em um belo espetáculo.
Foto : A beleza da Baiana da Tatuapé - Créditos: Nelson Guariba
Da incursão de Mário de Andrade ao tabuleiro de Ifá,a pluralidade dos enredos nos fez navegar em cenários magníficos, uma exaltação a cultura brasileira, uma valorizacao a cultura africana e ao povo negro. No olhar criterioso dos jurados, a escola Mocidade Alegre se sagrou Bicampeã do Carnaval Paulistano.
Foto: Mocidade Alegre - Créditos: Widger Frota
Retratando com um olhar profundo a incursão de Mário de Andrade em busca do novo e vindo de encontro às raízes profundas do samba e do carnaval paulistano. Recorte este complementar a material publicado nesta coluna conforme o link.
A vice campeã foi a Dragões da Real, que apresentou um desfile sublime e repleto de maravilhosas alegorias retratando a realeza africana. Rebaixadas ao Grupo de Acesso, a Tom Maior e a Independente Tricolor.
Foto: Alegoria da Dragões da Real - Credito: Rafael Silva do Blog Rei do Momo
No Grupo de Acesso, às histórias da Vovó Cici ganharam o mundo e renderam aplausos do público. A Estrela do Terceiro Milênio retornou ao grupo especial, em um desfile lindíssimo e após um ano do seu descenso, juntamente com a Colorado do Brás que cantou o Mandacaru e a cultura nordestina.
Foto: Estrela do Terceiro Milenio. Credito: Dayse Pacifico
Desalentados ficaram os torcedores da Pérola Negra e da Torcida Jovem do Santos que desceram ao Grupo de Acesso 2.
Foto: Baiana da Colorado do Bras e Estrela do Terceiro Milenio. Credito: Dayse Pacifico
No grupo de acesso 2, a disputa foi marcada ponto a ponto, e a Escola X9 Paulistana e a Unidos de São Lucas conquistaram a vaga ao Grupo de Acesso 1. A X9 paulistana cantou o povo nordestino e a São Lucas ecoou o canto das três raças, a alforria do trabalhador.
Desceram ao Especial de Bairros da Uniao das Escolas de Samba paulistana, a Uirapuru da Mooca, Unidos de São Miguel e Amizade Zona Leste. E ocupam essas vagas o Brinco da Marquesa e a Escola de Samba Raízes da região de Perus.