Ponteio

Novembro para relembrar Gal e Ary

segunda, 13 de novembro de 2023

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Há 120 anos, em um novembro, nascia Ary Barroso. Há 1 ano, também em um novembro, partia Gal Costa. Nascimento e morte, princípio e fim. Neste intervalo de tempo, que é a vida, ambos fizeram muito pela arte, pela cultura e pela música brasileira.

No longínquo 1930, Ary começou a aparecer como compositor destaque ao vencer o concurso de marchas da cidade do Rio de Janeiro com “Dá nela”. Um ano depois iria compor o clássico “No Rancho Fundo”, em parceria com Lamartine Babo. Ainda nesta década marcaria, em sua obra, odes à Bahia – terra que tanto amava, embora fosse mineiro -  com “No tabuleiro da baiana” e “Na baixa do sapateiro”

A sua obra mais conhecida  foi “Aquarela do Brasil”, que marcaria a inauguração do chamado gênero “samba-exaltação”. Sua música veio de encontro aos interesses do Estado Novo, ditadura daquele período comandada por Getúlio Vargas, que tinha como característica o ufanismo. Talvez não fosse o interesse do Ary, mas a partir de “Aquarela do Brasil” outras obras com o mesmo cunho foram criadas como “Canta, Brasil” e “Brasil moreno”.

Ainda em sua obra destacam-se sambas belíssimos como “Pra machucar meu coração” e “Morena boca de ouro”, que se voltaram a ser clássicos na Bossa Nova de João Gilberto. Ary faleceu em 1964, justamente quando Gal iniciava sua carreira na Bahia (tão venerada por Ary) como Maria da Graça.

O seu canto Bossa Nova deu uma guinada na Tropicália onde se tornou a voz da contracultura e do protesto. A partir daí fez de tudo: virou estrela, diva, imitada e louvada. Cantou Caetano, Gil, Chico, Caymmi, e claro, Ary no simbólico álbum “Aquarela do Brasil”, de 1980. Tudo lindo e no lugar.

Gal nos deixou faz um ano. Porém, como disse Caetano parece que segue conosco.  E segue. A prova disso tudo é este espaço.

Ouça o Ponteio sobre Gal Costa

E sobre Ary

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