Supersônicas

O arraial eclético do Vento em Madeira

quarta, 05 de julho de 2017

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O quinteto instrumental paulista Vento em Madeira chega ao terceiro disco, “Arraial” (Maritaca), gravado num clima de festa de quintal familiar, com música, comida e bebida.

O pagode de nove inéditas (que abre no dissonante e anguloso “Samba da Lana”, onde o piano bate tamborim, sopros e vocalises dialogam intensamente) teve direção musical de Teco Cardoso, também responsável por saxes e flautas, instrumento da exímia Lea Freire (autora de cinco temas), ladeada por Tiago Costa (piano), Fernando Demarco (baixo acústico) e Edu Ribeiro (bateria).

Mônica Salmaso tem participação especial, utilizando a voz como um instrumento a mais do quinteto, disseminando timbres em combinações inesperadas.

Gravado no estúdio Gargolândia, sob engenharia de som de Homero Lotito, o CD tem experimentos curiosos como “Pintou um grilo”, inspirada no pulo do inseto, num compasso desafiador, 31/16 e “Azul cobalto”, do pianista Tiago, “brincadeira com a figura rítmica de um 5 contra um três”.

E ainda, a bossa “Zezé”, dedicada, segundo Léa, a dona do animal e autora da composição, a “um pit-bull de caráter irretocável, manso ao extremo, cujo nome completo era José Carlos Freire”.

“Maracatim”, próxima do maracatu, do baterista Edu Ribeiro, conta com os graves de uma flauta baixo e outra flauta contrabaixo, sopradas por Léa, que também assina “Ares de bolero”, digressão sobre o dois pra cá dois pra lá caribenho.

“A música instrumental é uma coisa ultra necessária pro mundo de hoje e essa que a gente faz demanda do ouvinte uma atenção, uma concentração e uma entrega de audição”, define Teco Cardoso. 

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