Supersônicas

O baterista Azael Rodrigues decupa o groove no livro “O ritmo interior”

quinta, 03 de maio de 2018

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Baterista, arranjador e compositor, o paulistano Azael Rodrigues (1955-2016) do grupo Divina Increnca, que tocou, entre outros, com Arrigo Barnabé, Premeditando o Breque, Jorge Benjor, Cesar Camargo Mariano, Pau Brasil, Banda Mantiqueira, Zé Renato e Simoninha, viveu em Miami entre 2000 e 2003. Lá, ele escreveu, em inglês, o livro “O ritmo interior – um passaporte brasileiro para o groove”, lançado agora no Brasil, pela Laranja Original Editora. A edição é bilíngue, produzida por sua irmã Gaia Dyczko, a quem ele pediu, seis meses antes de morrer, que o ajudasse a traduzir a obra para o português. “Dinâmica é tudo”, decreta ele no livro.

“Estudar música clássica e tocar música pop e jingles, tudo ao mesmo tempo, me deu a chance de encontrar o meu estilo. Eu, a princípio, aprendi isso da maneira mais difícil, estudando e tentando tocar essas dinâmicas marcadas numa partitura de percussão contemporânea. Elas são sempre muito específicas, ‘mezzo piano’ e, em seguida, ‘fortíssimo’ e em seguida, ‘pianíssimo’. Maravilhoso, não é, todas as palavras italianas vieram da Renascença, quando teve origem a ópera”, documenta ele.

Fotografia de Renato dos Anjos (Divulgação)

E aconselha algo na direção oposta ao ridículo filme americano sobre um baterista de jazz, “Whiplash – Em busca da perfeição”: “Não seja implacável consigo mesmo. Toque as peças difíceis devagar. Você tem que processar a informação. Analise, entenda, toque, interprete, entre no groove e depois esqueça, deixe a música tomar conta de você. Se você sentir um conceito se transformando em um solo incrível quando você tocar, melhor para nós”, celebra.

No livro, Azael também destaca e comenta algumas gravações e intérpretes, como “Killer Joe”, do maestro americano Quincy Jones, “In the Bloom”, do Nirvana, “Jacksoul brasileiro”, de Lenine, “I got you”, James Brown, “Beijo partido”, Milton Nascimento, “Samurai”, Djavan, “Eu, hein, Rosa?”, Elis Regina, “Notícia”, Paulo Moura, “Nó caipira”, Egberto Gismonti, “Suíte Norte Sul, Leste Oeste”, Hermeto Pascoal, e “Engenho de Dentro”, de Jorge Benjor, do disco “23” (1993), em que Azael é o titular das baquetas.

“Notei que eu estava usando uma abertura no hi hat na quarta batida, que deu um tipo subliminar de groove. A repetição. Eu amei fazer o arranjo de metais (me sinto orgulhoso da frase ascendente). Ouça a percussão (tamborins, congas, etc), todos criados (e alguns tocados) pelo Sr. Benjor, o groovemaster”.


Nota do IMMuB

Para comprar o livro, acesse o site da Editora Laranja Original: 


Fonte da imagem: capa do livro "O ritmo interior - um passaporte brasileiro para o groove"

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