O compositor Sílvio da Silva Júnior celebra 10 anos do projeto ‘Amigo e Outras Coisas’

O nome do compositor Sílvio da Silva Júnior começou a aparecer com destaque na história da MPB ainda em meados dos anos 1960. Fruto da geração que revolucionou a música brasileira a partir dos festivais de canção popular, ele se tornou uma das figuras mais importantes da nossa memória musical. 

Entre 1965 e 1966, formou, com Aldir Blanc, Paulo Sérgio Midosi e Roberto Vasquez, o grupo GB-4. Mais tarde, o grupo passou a se apresentar na TV Globo como o conjunto instrumental do programa "O Clube do Guri”. 

Pouco depois, em 1968, participou do III FIC - Festival Internacional da Canção Popular com a música “A Noite, a Maré e o Amor”, defendida por Márcio Lott e o quarteto vocal O Soneto. No ano seguinte, classificou a música “Serra Acima” no IV FIC, interpretada pelo Trio Os 3 Morais, que também interpretou a música “Noticiário” no II Universitário de Música Popular Brasileira da TV Tupi de São Paulo, deste mesmo ano. Foi, ainda em 1969, segundo colocado com a música “Nada Sei de Eterno” no II Festival Universitário da Canção Popular da TV Tupi do Rio de Janeiro, com interpretação de Taiguara – o melhor intérprete do Festival – e Quarteto Forma. 

No início dos anos 1970, junto com outros músicos e poetas, fundou o MAU (Movimento Artístico Universitário), que revelou o nome de artistas como Gonzaguinha, César Costa Filho e Ivan Lins. 

Ainda em 1970, ocorreu o lançamento do seu maior e antológico sucesso, a música “Amigo É Pra Essas Coisas”, composta em 1968, e que é executada até hoje em todo o país, e nas redes sociais inclusive no exterior. Interpretada pelo quarteto vocal MPB-4, ela foi segunda colocada no III Festival Universitário da Canção Popular da TV Tupi do Rio de Janeiro.

Em 1971, Sílvio concorreu pela última vez à um Festival Internacional da Canção Popular – Fase Nacional, ao VI FIC promovido pela TV Globo do Rio de Janeiro. A música, “O Sistema Solar”, mais uma parceria com Aldir Blanc, foi defendida por Rolando Faria, um dos componentes do internacional e famoso Duo Vocal “Les Étoiles” e orquestrada por Darcy de Paulo, multi-instrumentista e arranjador, ambos também pertencentes ao grupo MAU.

Foi em 1978, quando voltou da pós-graduação em Portugal, que ele compôs, mais uma vez ao lado de Aldir Blanc, de quem foi o primeiro parceiro, a composição “Amigo da Onça - ou Amigo É Pra Essas Coisas-2”, que retrata o encontro dos dois amigos dez anos depois. Ela foi lançada pelo MPB-4 no disco “Bons Tempos, Hein?!", em 1981.

Foram justamente essas duas músicas que inspiraram o título do seu Caderno de Partituras, “Amigo e Outras Coisas - 40 Anos Depois”. Na ocasião, Sílvio da Silva Júnior, em conjunto com sua editora musical e produtora Oiti do Rio, realizou dois espetáculos no Teatro do BNDES, no Rio de Janeiro, para o lançamento do caderno. 

Nesses espetáculos dos dias 30 de junho e 1º de julho, o compositor celebrou boa parte de seu repertório, contando com inúmeras participações especiais, como Arlindo Cruz, Fátima Guedes, Guinga, Silvio Cesar e Wanda Sá. Contou também com as orquestrações e regências de Gilson Peranzzetta e com os solos do próprio Gilson e dos seguintes instrumentistas da orquestra de 30 músicos: Dirceu Leite, Ismael de Oliveira, Janaina Perotto, José Arimatéa e Ricardo Ferreira. Seu filho Thiago Freitas Silva e Letícia Malvares também participaram como solistas.

Os dois shows foram gravados ao vivo e deram origem a um DVD duplo com as 31 músicas do repertório e dois CDs, um com as interpretações do próprio Sílvio, e outro com os artistas convidados. 

Esses dois trabalhos, que ajudaram a sedimentar a importância da obra do compositor em nossa memória musical, completam agora 10 anos de lançamento e podem ser ouvidos na íntegra no site do IMMuB. 

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